Cássio Loredano

    Loredano Cássio Silva Filho, o Cássio Loredano, nasceu no bairro de São Cristovão, no Rio de Janeiro (RJ), em 1948. Filho de oficial da Cavalaria, passou a infância entre os estados do Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.
    Começou a vivenciar o jornalismo em 1967, trabalhando como editor, diagramador e ilustrador no semanário Espéria Atlético, órgão de divulgação do Departamento de Atletismo do Clube Espéria, em Santo André (SP). Entre 1968 e 1969, atuou como repórter, diagramador, redator, secretário gráfico, secretário de redação e caricaturista no jornal Diário do Grande ABC (SP). Tornou-se radialista em 1970, trabalhando como redator de noticiários da rádio Bandeirantes (SP). Em 1971, começou a ilustrar a coluna assinada por Cláudio Marques no jornal Shopping News (SP), na capital paulista. Conheceu, por intermédio de Elifas Andreato, o caricaturista argentino Luís Trimano, ilustrador do Jornal da Tarde (SP). Trabalhou como repórter na sucursal paulista do jornal O Globo (RJ).
    Mudou-se, em 1972, para o Rio de Janeiro, assumindo o cargo de ilustrador no recém-fundado semanário Opinião (RJ), disposto a trabalhar somente como artista gráfico. Colaborou, eventualmente, para o Pasquim (RJ), O Globo (RJ) e o Jornal do Brasil (RJ).
    A qualidade de seu traço único, preciso e dinâmico atraiu a atenção de jornais e revistas estrangeiros. Em 1975, residiu em Lisboa e colaborou para O Jornal. Voltou ao Rio, onde passou o ano de 1976. Voltou à Europa no ano seguinte, mais especificamente na Alemanha (Bonn, Munique e Frankfurt), onde trabalhou para os jornais Frankfurter Allgemeine e Die Zeit até 1981. Publicou, ainda, nos jornais Vorwärts, De Schnüss, Stuttgarter Zeitung, Muncher Merkur e Deutsche Zeitung.
    Em 1982, fixou-se em Roma, onde atuou nos jornais La Repubblica e Il Globo. Passou seis meses de 1983 na França, publicando caricaturas na Liberátion, na Révolution e no Magazine Littéraire. Voltou ao Rio de Janeiro, numa breve passagem, no final daquele ano, tempo suficiente para colaborar com o Jornal do Brasil e O Pasquim. Foi a Zurique em 1984, onde publicou desenhos no Tages-Anzeiger, Basler Zeitung e Die Weltwoche. Foi, depois, para Barcelona e Madri, ficando por seis anos na Espanha, colaborando desde 1986 para o jornal El País. Desenhou, também, para a revista Claves.
    No retorno ao País, em 1994, fixou-se novamente em São Paulo, trabalhando para os jornais O Estado de S.Paulo (SP) e Gazeta Mercantil (SP). Entre 2003 e 2004, publicou trabalhos no Jornal dos Economistas (RJ). Colabora regularmente com outros veículos nacionais, como as revistas Veja e piauí, e estrangeiros. Até junho de 2012, mantinha a coluna Sinais Particulares, na página 2 do Estadão, ao lado de Leo Martins.
    Interessado na história da caricatura e da ilustração no Brasil e na América Latina, publicou livros de coletâneas de alguns dos principais artistas do setor: Nássara Desenhista (Funarte, 1985); Guevara e Figueiroa: Caricatura no Brasil dos anos 20 (Funarte, 1990); Luís Trimano: Desenhos, 1968-1990 (Mil Folhas, 1993); Loredano ? Caricaturas: Mancha, Traço, Página (Globo, 1994); O Rio de J. Carlos, com Zuenir Ventura (Lacerda, 1998); Carnaval J. Carlos (Lacerda, 1999); Lábaro Estrelado (Casa da Palavra, 2000); J. Carlos Contra a Guerra (Casa da Palavra, 2000), com Arthur Dapieve; Loredano ? Alfabeto Literário (Capivara, 2002); O Bonde e a Linha: Um perfil de J. Carlos (Capivara, 2003); O Vidente Míope ? J. Carlos n?O Malho (Folha Seca, 2008), com Luiz Antonio Simas, e Escritores por Loredano (Moreira Salles, 2009). Quando morou em Barcelona, organizou um livro a respeito do trabalho desenvolvido pelo chargista espanhol Angel Menéndez: Oh Kalikatres, Sapientíssimo! (1990).
    Ilustrou o dossiê em homenagem ao arquiteto e urbanista Lúcio Costa, publicado na revista Arte & Ensaios, do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fez ilustrações para os livros Sambeabá: O samba que não se aprende na escola (Casa da Palavra, 2003), de Nei Lopes; Oração aos Moços(Papagaio, 2003), de Rui Barbosa; Cartola (Folha Seca, 2004), de Mônica Ramalho, com o caricaturista Lan; A Arte da Entrevista (Boitempo, 2004), organizado por Fábio Altman; e William Shakespeare ? As múltiplas faces de um gênio (Mecenas, 2010), organizado por Janaína de Azevedo Baladão e Simone M. Pontes.
    Os livros Loredano ? Caricaturas e Loredano ? Alfabeto Literário foram escolhidos para receber o Prêmio de Melhor Livro de Caricaturas do Ano, em 1994 e em 2002, concedido pela Associação de Cartunistas do Brasil (ACB). O próprio Loredano foi escolhido, em 2000 e 2002, como Melhor Caricaturista do Ano, também pela ACB.
    Participou das exposições coletivas: Velha Mania: Desenho Brasileiro, em 1985, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro; A Imagem do Som de Caetano Veloso, em 1998, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e Caricaturistas Brasileiros, em 2001, no Instituto Cine Cultural, em São Paulo. Montou três exposições individuais: a primeira, Mulheres, no Espaço Cultural Cedim, no Rio de Janeiro, em 2002; a segunda, Sinais Particulares, em parceria com Leo Martins, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, em 2007; e a terceira, Desenhos, na Galeria Paulo Fernandes, no Rio, em 2012.
    Sua arte foi tema da revista Gráfica ? Arte/Internacional, editada por Oswaldo Miran, em edição dupla de dezembro de 2011.
    Avesso aos avanços tecnológicos, não usa computador para desenhar ou, mesmo, digitalizar imagens. Os originais são em nanquim e papel, apenas. Mesmo assim, é idealizador e coordenador, com Julieta Sobral, do site J. Carlos em revista, que abriga o acervo das revistas O Malho e Paratodos, entre os anos 1922 e 1931.
    É vascaíno.
    Atualizado em outubro de 2012.
    Fontes: