Humberto Werneck

    Humberto Werneck nasceu em Belo Horizonte, em 1945, e vive em São Paulo desde 1970, “mineiro não praticante”, complementa, é formado em Direito.

    Começou no jornalismo por acidente, a convite do escritor Murilo Rubião, que criou nos anos 1960 o Suplemento Literário de Minas Gerais um encarte do Diário Oficial do governo de Minas.

    Foi correspondente em Paris do Jornal da Tarde e passou ainda pelas redações de Veja, Jornal da República, IstoÉ, Jornal do Brasil, Elle e Playboy.

    A princípio, desejava ser escritor, ganhou um concurso de contos, e bem mais na frente, em 2005, deixou o livro chegar às livrarias com o apropriado título de Pequenos fantasmas, no que ele chama de edição confidencial, volume de contos Pequenos fantasmas (Novesfora, 2005).

    Além dos livros, que vem publicando desde o final dos anos 1980 (1989), próximo daquilo que se convencionou chamar de jornalismo literário. Começou com uma reportagem biográfica sobre Chico Buarque, incluída no livro Chico Buarque, letra e música (Companhia das Letras, 1989) e ampliada em Tantas palavras (Companhia das Letras, 2006).

    Em 2008, publicou O santo sujo — A vida de Jayme Ovalle (CosacNaify), título da biografia do músico Azulão, que tomou 17 anos de Werneck e pelo qual recebeu o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte como a melhor biografia do ano.

    Werneck publicou ainda uma reunião de suas crônicas, O espalhador de passarinhos (Edições Dubolsinho, 2010), e um excelente dicionário de lugares-comuns e frases feitas, O pai dos burros (Arquipélago Editorial, 2009) com 4.500 expressões, indicado a todos que trabalham com a palavra escrita. Organizou a obra de Murilo Rubião, lançada pela Companhia das Letras em 2006 e 2007, e Vultos da República – Os melhores perfis políticos da revista Piauí (Companhia das Letras, 2010), entre outros. Em 2011 dedicou-se a escrever uma biografia de Manuel Bandeira e lançou Esse inferno vai acabar (2011)

    Humberto Werneck conviveu com vários personagens que fazem parte dos seus escritos; com Drummond, fez uma capa da Veja, nos anos 1970 [quando dos 75 anos do poeta, em outubro de 1977], depois voltou a entrevistá-lo para a Istoé. Pedro Nava, um dos últimos grandes trabalhos – em extensão – sobre ele, fiz para a Istoé. Fernando Sabino, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Hélio Pellegrino, Cyro dos Anjos e por aí vai. Conheceu estas pessoas importantes no cenário cultural brasileiro, talentos que ele resume numa frase “A literatura na ‘Minas’ daquela época era uma forma substitutiva da vida”.

    Durante a entrevista que Werneck deu à revista SaraivaConteúdos ele falou de sua trajetória na carreira de jornalistas e de escritor.

    Por toda essa trajetória pela literatura Werneck é frequentemente convidado para palestras em eventos culturais. Só nos últimos anos participou da Bienal do Livro de Minas em maio de 2012, no mesmo ano em junho foi um dos escritores convidados para a décima FlipE, para conduzir o encontro com o francês Le Clézio. Em agosto de 2014 participou da 23ª Bienal do Livro de São Paulo.

    No artigo que publicou na edição abril/maio/junho na Revista da ESPM O meu Jornal da Tarde, Humberto Werneck mostrou o talento de ‘contador causos’ ao  lembrar do antigo companheiro de redação, Telmo Martino, quando o jornal funcionava ainda no antigo prédio da rua Major Quedinho: “É espantoso que Telmo, fino no trato mas corrosivo na escrita, tenha atravessado anos de São Paulo sem mais que um chute no traseiro desferido pelo poeta Mário Chamie. Vai aqui uma historinha dele. No dia em que chegou à redação (a esta altura, no 6º andar, de onde decolaria em 1976 rumo à Marginal do Tietê), Telmo, tímido e desambientado, aceitou convite para sentar-se ao lado de Flávio Márcio, ótimo jornalista (que morreria jovem, em 1979), enquanto ele diagramava uma página. Pelas tantas, em seu esforço para impressionar o recém-chegado, Flávio declarou que ‘gostaria mesmo é de ser uma puta internacional’ – ao que o colunista retrucou: ‘Ué, viaja…’. A mordacidade de que Telmo foi o suprassumo era um atributo muito apreciado no JT”.

     

     

     

    Atualizado em setembro/2014 – Portal dos Jornalistas

    Fontes:

    https://www.portaldosjornalistas.com.br/noticias-conteudo.aspx?id=1817

    http://www.saraivaconteudo.com.br/Entrevistas/Post/10555