Otavio Frias Filho

    Otavio Frias Filho nasceu na cidade de São Paulo (SP), em 7 de junho de 1957. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da USP em 1979, eleito orador de turma. Ingressou no curso de Pós-Graduação em Ciências Sociais na USP, como orientando da professora Ruth Cardoso, em 1980. Completou os créditos do mestrado na área de Antropologia, em 1983, mas não apresentou dissertação correspondente.
     
    Começou a trabalhar na Folha de S.Paulo, em 1976, como assistente do jornalista Cláudio Abramo, que então dirigia a redação do jornal. Em 1977 passou a fazer parte da equipe de editorialistas do jornal. Em 1978 foi designado secretário do Conselho Editorial da Folha.
     
    Desde 1984 é responsável pela direção editorial do jornal. No mesmo ano escreveu o primeiro dos textos que, em seu conjunto, ficariam conhecidos no meio jornalístico como Projeto Folha.
     
    Em 1990 foi processado na Justiça Criminal, juntamente com outros três jornalistas da Folha, pelo então presidente Collor, mas em 1992 o processo Collor contra a Folha foi vencido pelo jornal.
     
    Publicou o livro Tutankaton (Iluminuras), 1991, com peças teatrais e ensaios sobre cultura. No mesmo ano recebeu, em nome de seu pai, Octavio Frias de Oliveira, o prêmio de jornalismo Maria Moors Cabbott, da Universidade Columbia, EUA.
     
    A peça Típico Romântico de sua autoria foi encenada em 1992, no próximo ano, 1993, a peça Rancor, sobre intelectuais e jornalistas e em 1995, Don Juan, paródia do clássico teatral. Todas encenadas em São Paulo.
     
    Entre 1994 e 2004 escreveu uma coluna semanal na Folha, publicada às quintas-feiras na página de Opinião do jornal. Em 2000, a coluna virou o livro de coletâneas De Ponta-cabeça, com textos extraídos da publicação semanal até aquela data, em lançamento pela Editora 34.
     
    Em 2002 a peça Sonho de Núpcias foi apresentada na 1ª Mostra de Dramaturgia de São Paulo, promovida pelo SESI. Otávio é autor também do O Terceiro Sinal (2010).
     
    Em 2003, lançou o livro Queda Livre, uma série de reportagens (Companhia das Letras). Entre as reportagens está o relato de sua experiência como ator e o pavor ao entrar em cena, situação vivida na peça Boca de Ouro, dirigida por José Celso Martinez Corrêa.
     
    Em 2009, publicou pela Publifolha Seleção Natural – Ensaios de Cultura e Política, reunião de 25 textos sobre teatro, cinema e jornalismo, escritos em 25 anos.
     
    Em literatura infantojuvenil é autor de O Livro da Primeira Vez (Cosac Naify, 2004). Participa ainda de duas coletâneas de contos para crianças, O Livro dos Medos (1998) e Vice-versa ao Contrário (1993), ambos publicados pela Companhia das Letrinhas.
     
    Na obra, Cinco Peças e Uma Farsa, com fotografias de Lenise Pinheiro, texto de orelha de Fernando de Barros e Silva e quarta capa de Fernanda Torres, apresenta em linguagem seca e direta, dramas recorrentes das práticas do poder e da guerra dos sexos, temas que discutem da tragédia à farsa no mundo.
     
    Frias Filho recebeu a equipe do Jornalistas&Cia no dia 3 de novembro de 2005 para fazer parte da primeira edição do PROTAGONISTAS da Imprensa Brasileira. Na entrevista exclusiva que deu ao J&Cia falou da Folha, de Lula, do jornalismo do futuro, de seus planos pessoais e do momento do jornal e do Grupo Folhas. Na apresentação da entrevista, o J&Cia apresentou Frias Filho como ‘um cidadão inquieto, que instiga mudança, aposta na controvérsia, não se contenta com o melhor (quer mais), desconfia do poder e adora cinema, teatro, literatura e, claro (para surpresa de muitos que conhecem apenas a versão folclórica), o jornalismo’.
     
    Por ocasião da entrevista, o diretor de redação do jornal Folha de S.Paulo tinha sob seu comando 430 jornalistas, que trabalhavam nos vários veículos do Grupo. Ele foi à estreia da série do J&Cia, Protagonistas da Imprensa Brasileira, que após ele ouviu outros 17 profissionais representantes do jornalismo brasileiro. Acesso à entrevista completa concedida a Eduardo Ribeiro e Wilson Baroncelli, com participação especial de Antonio Alberto Prado.
     
    Quando a Folha de S.Paulo completou 90 anos em fevereiro de 2011, Frias Filho fez um pronunciamento no evento de aniversário e disse que “o jornal é resultado de ‘sucessivas gerações’ e de ‘de homens e mulheres, muitas vezes anônimos’, que fizeram da Folha o que ela é”. Ele citou outros jornalistas e o pai, Octávio Frias de Oliveira, o criador da ‘Folha moderna’, que chamava de ‘Sua Excelência”, o leitor.
     
    Consolidado o jornal, o Grupo Folhas passou a investir em novas tecnologias e em 1996 lançou o UOL (Universo Online S/A), que no mesmo ano se fundiu com o Brasil Online, do Grupo Abril, constituindo o Universo Online, presidido pelo sr. Frias (o pai). A Folha é o jornal de maior circulação no Brasil.
     
    Otavio é filho de Dagmar e de Octávio Frias de Oliveira, tem como irmãos, Maria Helena, Maria Cristina (1960) e Luiz (1963). A biografia do pai, Octávio Frias de Oliveira, que faleceu em São Paulo no dia 29 de abril de 2007, explica um pouco mais a trajetória do grupo.
     
     
    Atualizado em setembro de 2014 – Portal dos Jornalistas
     
    Fontes: