Humberto Trezzi

    Humberto Muzell Trezzi nasceu em Passo Fundo (RS), em 20 de novembro de 1962. Acreditava que sua área profissional seria a biológica. Chegou a fazer um curso técnico de laboratorista de análises clínicas e pensava em prestar vestibular para Medicina ou Odontologia. Tentou a segunda opção na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs/RS), mas não foi aprovado “por causa da Matemática”, diz ele. O gosto pela leitura o levou ao Jornalismo. Nos dois últimos anos da faculdade, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs/RS), trabalhou como office-boy em um escritório de contabilidade.
     
    Formado em 1984, obteve o primeiro emprego como jornalista no semanário O Repórter, de Guaíba (RS), na Grande Porto Alegre. Passou depois pelo jornal Metro (RS), pela sucursal gaúcha da Gazeta Mercantil (SP) e pelo Diário do Sul (RS), vinculado à Gazeta. Em 1988, ingressou no Zero Hora (RS) como freelancer, para cobrir as eleições municipais. Passado o período eleitoral, permaneceu na editoria de Política, e, em seguida, foi para a de Geral.
     
    Apontado como um dos repórteres mais experientes do ZH, onde assina a coluna Sua Segurança. Já fez coberturas criminais sobre tráfico de drogas e ações do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP). Também acompanhou operações de guerra e missões de paz como enviado especial no Paraguai, Uruguai, México, Equador, Colômbia, Angola, Timor Leste e Haiti. Cobriu distúrbios civis na Bolívia e Equador, terremoto no Chile e, em 2011, o início da guerra civil na Líbia (onde foi ferido) e a tomada de Trípoli pelos rebeldes anti-Kadafi.
     
    No final de agosto de 2016, fez parte da força-tarefa Segurança Já, coordenada por Carlos Etchichury, que integrou os orgãos do Grupo RBS – Zero Hora, Diário Gaúcho, Rádio Gaúcha e RBS TV – para buscar soluções e tangibilizar o cenário de vulnerabilidade da população diante dos casos de violência no Estado.
     
    Em mais de três décadas de carreira conquistou quase uma centena de prêmios, regionais e nacionais, muitos deles na área de Direitos Humanos. Entre eles, ganhou o Prêmio Jayme Sirotsky de Jornalismo e Entretenimento 2011, na categoria Cobertura, com Luiz Antônio Araújo e Rodrigo Lopes, pela cobertura da Primavera Árabe, publicada no ZH. Um prêmio marcante foi o Esso Região Sul, conquistado juntamente com Carlos Wagner e Nilson Mariano, pela matéria A fronteira do crime. Com os mesmos parceiros, mais Carlos Etchichury, recebeu o Prêmio Embratel Regional Sul, com a matéria: Os infiltrados: Os espiões que viveram nas sombras nos anos de chumbo.
     
    Em 2013 levou o Prêmio Esso de Jornalismo nacional, pela matéria Arquivos secretos do coronel do DOI-CODI, junto com José Luís Costa, Marcelo Perrone e Nilson Mariano. A mesma matéria também garantiu o Prêmio RBS de Jornalismo e Entretenimento, na categoria Reportagem de Jornal, e foi Hours Concours do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, da Odem dos Advogados do Brasil, seção Rio Grande do Sul (OAB/RS).
     
    Com Caio Cigana e Guilherme Mazui, em 2013, dividiu o Grande Prêmio José de Alencar e o Destaque Regional/Sul do Prêmio CNI de Jornalismo, ambos da Confederação Nacional das Indústrias, além do Grande Prêmio Setcergs de Jornalismo,  do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul, e o Prêmio CBIC de Jornalismo, na categoria Especial Infraestrutura, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, pela matéria Agonia das Estradas.
     
    As matérias sobre o coronel do DOI/CODI e sobre as estradas gaúchas lhe garantiram ainda a conquista de duas categorias por trabalhos em equipe no Prêmio Ari de Jornalismo, da Associação Riograndense de Imprensa. Com isso, ficou em primeiro lugar no Ranking J&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de 2013.
     
    O ano de 2015 também lhe foi pródigo em premiações. Em parceria com Carlos Rollsing, venceu a segunda edição do Prêmio MPT de Jornalismo, concedida pelo Ministério Público do Trabalho. Além de ganhar nas categorias regional e nacional de Webjornalismo, a reportagem multimídia da dupla, intitulada Os Novos Imigrantes, online, também faturou o Prêmio Especial MPT de Jornalismo. A reportagem foi publicada com o título Novos imigrantes mudam o cenário do Rio Grande do Sul. Ganhou também o Prêmio Estácio de Jornalismo, na categoria Impresso Nacional, com a matéria Universidades S/A. A investigação conjunta reuniu cinco jornais brasileiros – Zero Hora (RS), Diário Catarinense (SC), Gazeta do Povo (PR), O Estado de S.Paulo (SP) e O Globo (RJ) – e mostrou como as relações entre universidades públicas e agentes privados, necessárias para a sociedade, abriram portas para ilegalidades e conflitos éticos. Além disso, tirou o primeiro lugar em Reportagem Impressa do concurso SERGS, promovido pelo Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul, com a matéria A Vida em Emergência, sobre a rotina de um hospital de pronto-socorro.
     
    Ainda em 2015, foi incluído entre os + Admirados Jornalistas Brasileiros, após votação conduzida pela Jornalistas&Cia em parceria com a Maxpress.
     
    Foi um dos primeiros profissionais do grupo RBS a fazer o Curso para Correspondentes em Áreas de Risco em Campo de Mayo, na Argentina, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2004. Em 2008, participou de um curso semelhante no Rio de Janeiro, promovido pelo Exército Brasileiro.
     
    Diz que gostaria de ter sido correspondente internacional e que esse projeto ainda não está descartado.
     
    É também escritor. Lançou o livro Em Terreno Minado – Aventuras de um repórter brasileiro em áreas de guerra e conflito (Geração Editorial, 2013), com relatos e fotos de bastidores de reportagens produzidas por ele sobre guerras, rebeliões e tragédias em várias partes do Brasil e do mundo.
     
    É pai de Guilherme e de Gabriela. Gosta de viajar e de praticar esportes e é avesso ao consumismo e às redes sociais. Prefere os livros que têm por temas História, Jornalismo, Guerras e Natureza.
     
     
    Atualizado em setembro de 2016
     
    Fontes:
    Arquivo cedido pelo jornalista. 
    Livro Uma história escrita por vencedores. 50 anos do Prêmio Esso de Jornalismo (Memória Brasil, 2006), de Israel Beloch e Laura Reis Fagundes (coordenadores).
    Jornalistas&Cia – Edição 1028