Natalia Viana

    Natalia Viana formou-se pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PucSP) e fez mestrado em Radiojornalismo no Goldsmiths College, na University of London (Inglaterra).
    Logo que saiu da faculdade, foi trabalhar no portal Terra (SP). Começou como repórter da revista Caros Amigos (SP) em 2002. A primeira reportagem importante fez em 2004, na Bolívia, para onde foi com o objetivo de conhecer o movimento cocaleiro. Voltou com um perfil exclusivo do futuro presidente Evo Morales. Esteve com refugiados tibetanos no Norte da Índia, indígenas sob massacre na Colômbia e em favelas de Cancún, no México. Recebeu o Prêmio Andifes 2005 com a matéria Qual reforma universitária?, publicada em julho de 2004 na seção República da revista, assinada também pelos ainda estudantes Thiago Domenici, Antonio Martinelli Júnior, Debora Pivotto, João Mauro e Marília Melhado. No mesmo ano recebeu Menção Honrosa do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, com a matéria Os trabalhos e os dias, na qual vivenciou o subemprego em São Paulo durante um mês.
    Paralelamente, colaborou com organizações de Jornalismo Investigativo como o Center for Investigative Journalism, de Londres (Inglaterra), e o Center for Investigative Reporting, de Berkeley (EUA), e com veículos internacionais como os jornais ingleses The Independent, The Sunday Times e The Guardian. Na época foi ainda correspondente da BandNews (SP), e produtora-assistente dos documentários Black Money, do Frontline World, exibido pela PBS americana, e Anthrax War, da CBC canadense. Publicou o livro Plantados no Chão (Conrad, 2007), uma denúncia dos assassinatos políticos no Brasil entre os anos de 2003 e 2006. Foi coorganizadora do livro Jornal Movimento, uma Reportagem (Manifesto, 2010), sobre o jornal de resistência durante a ditadura militar, e fez reportagens para Habeas Corpus: Que Se Apresente o Corpo (Secretaria de Direitos Humanos, 2010), sobre os desaparecidos políticos.
    Em novembro de 2010, foi convidada pelo Wikileaks para coordenar a publicação dos documentos diplomáticos das embaixadas americanas no Brasil, além de coordenar a parceria da organização com os jornais Folha de S.Paulo e O Globo. Escreveu sobre os documentos publicados pelo site Wikileaks para um blog no site da CartaCapital (SP). Pelo trabalho, venceu o Troféu Mulher Imprensa 2011, na categoria Repórter de Site de Notícias.
    No mesmo ano, levou o Prêmio Jayme Sirotsky de Jornalismo e Entretenimento 2011, na categoria Jornalismo Investigativo, pela série de reportagens Supersalários e surtos de aposentadorias por invalidez na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, feita em parceria com Giovana Perine, Zulmar Nunes, Fabian Londero, Ildiane Silva, Marcos Togo, Eduardo Alexandre e Upiara Boschi, e transmitida pela RBS TV Florianópolis (SC) e publicada no Diário Catarinense (SC).
    Fundou, em março de 2011, junto com Marina Amaral e Tatiana Merlino, a agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo , a primeira do gênero no Brasil. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos, com livre distribuição para diversos veículos nacionais e internacionais, sob licença da Creative Commons. Dirige a Pública com Marina Amaral, atuando como diretora de Estratégia.
    Recebeu novamente o Troféu Mulher Imprensa em março de 2013, ainda na categoria Repórter de Site de Notícias, quando destacou as mudanças no dia a dia da profissão. “O Jornalismo está mudando e novos modelos vão surgir. É preciso acompanhar”, afirmou, então.
    Em junho de 2014 participou do lançamento do site Ponte, iniciativa de jornalismo independente com foco em Segurança Pública, Justiça e Direitos Humanos, que tem apoio institucional da Agência Pública. É membro do Conselho que define pautas e outros conteúdos de publicação.
    Em agosto de 2015, foi a vez de apresentar o Truco no Congresso, um projeto para checagem de veracidade de discursos parlamentares, uma parceira entre a Pública e a agência Congresso em Foco. No mês seguinte, após participação no 9º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), ao lado de Natalia Garcia e Sabrina Duran, divulgou uma lista com dez dicas e ensinamentos para quem quer realizar um projeto de crowdfunding (veja box abaixo).
    Prefaciou o livro-reportagem Golpe, Contragolpes e Guerrilhas: O Pará e a ditadura militar (IAP, 2013), escrito por Ismael Machado, repórter do Diário do Pará (PA).
    Venceu o Prêmio Gabriel García Márquez 2016, na categoria Texto, com a reportagem São Gabriel e seus demônios, um trabalho profundo de escrita – entrecortado por gifs e arte indígena –, retratando o Alto Rio Negro, no Noroeste do Amazonas, que tem um elevado número de indígenas e um impactante índice de suicídios. Ganhou, ainda o Comunique-se 2016, na categoria Repórter Mídia Escrita, e o Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 2016, na categoria Internet, com o Especial 100, parceria da equipe da Pública com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (Espm) do Rio de Janeiro, que entrevistaram 100 famílias desalojadas no Rio de Janeiro para a realização de obras para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. Graças às três conquistas, ficou no Top 1 do ranking dos +Premiados Jornalistas de 2016, junto com Eliane Brum, segundo apuração do J&Cia.

    Atualizado em janeiro de 2017
    Fontes: