Renato Pompeu

    (Campinas/SP em 1941 / 08 de fevereiro de 2014 – São Paulo/SP)

    Renato Pompeu nasceu em Campinas/SP em 1941, mas sempre morou em São Paulo. Frequentou escolas públicas e o curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia da USP, que iniciou em 1960. Curso que frequentou, sem completar.

    No mesmo ano em que entrou para a USP, aos 18 anos, começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã, hoje Folha de S.Paulo, onde entrou por concurso e atuou como copidesque.

    Em 1965 participou da equipe de fundação do Jornal da Tarde de São Paulo e em 1968 da equipe de fundação da revista Veja, onde ficou até 1981.

    Nesse período lançou Quatro-Olhos (editora Alfa Omega) uma obra de ficção, que aborda as reminiscências do que se quer (ou pretende) esquecer. Mas a intensidade dos sentimentos e das ideias que nela se encontram é, sem dúvida, coisa vivida e vista com atenção, observada com cuidado. Às vezes, da obra se tem a impressão de ver surgir o próprio autor, cercado de memórias dos tempos da USP, nos seus idos de rua Maria Antonia, ou de quando ajudou a criar o novo estilo de jornalismo brasileiro na Folha de S.Paulo e nos primórdios do Jornal da Tarde e da revista Veja. Ou ainda da ocasião em que lhe foi dado afastar-se da realidade exterior mais geral para conviver intensamente com as questões do espírito e as profundezas da alma humana. “Não se trata de um livro de memórias”, como anuncia a contracapa de Quatro-olhos, publicado em 1976.

    Em 1982-83 trabalhou na UPI, em 1983-1985, quando retornou ao jornal Folha de S.Paulo.

    De 1986 a 1989, esteve na Enciclopédia Larousse-Cultural. Retornou ao Jornal da Tarde em 1990, onde ficou por nove anos.

    A partir de 1999 passou por vários veículos. Esteve na revista Caros Amigos, colaborou no Diário do Comércio, revista Carta Capital e Diário de S.Paulo, revistas Retrato do Brasil e Metáfora. Colaborou em vários outros órgãos, como o semanário Opinião, os fascículos Retrato do Brasil e o jornal Gazeta Mercantil.

    Como jornalista, recebeu três Prêmios Abril, por trabalhos sobre psiquiatria dinâmica, futebol e males do coração, e um Prêmio Esso de Equipe, por trabalho sobre males do tabaco.

    Como escritor, tem 22 livros publicados, bibliografia que traz o ensaio econômico Globalização e Justiça Social e o ensaio biográfico Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória saudoso Mané, que fazia pela ponta-esquerda o que Garrincha fazia na direita. A história foi escrita por Renato Pompeu para a coleção Avenida Paulista, da Ediouro.

    Também estão entre os seus títulos o romance-ensaio O mundo como obra de arte criada pelo Brasil; Memórias da Loucura, editora Alfa-omega (1983); A Menina Que Veio das Estrelas, editora Companhia Nacional (1985) na linha dos Infanto-juvenis; Dialético da Feijoada, editora Vértice (1986); Do Sufoco a Beleza Pura – Ensaio para Entender a Crise Econômica, editora Nacional (1986); As/ os Brasiliadas – Prosa Rimada, editora Botequim das Ideias (2001); Memórias de uma Bola de Futebol, editora Escrituras (2002). 

    De acordo com a reportagem de Marina Amaral em colaboração com outra Marina, a Vergueiro, sob o título É a Terceira Guerra Mundial: “Renato Pompeu é um jornalista polêmico. Erudito, é sempre o eleito para falar dos assuntos espinhosos, da vanguarda artística aos movimentos de protesto mundial. Ele já dizia, durante os conflitos de Kosovo, que começava ali a terceira guerra mundial. Agora, a partir dos atentados nos Estados Unidos, Pompeu vê reforçada sua tese e diz por que esta guerra é diferente da Primeira e da Segunda”. Matéria publicada no site do IME – Instituto de Matemática e Estatística/USP.

    Fez traduções do inglês para a Sá Editora e a Editora Manole. Trabalho, que conserva e no qual inclui os idiomas francês, castelhano, italiano, e, conforme explica, “com prazo maior”, o alemão e o russo.

    Renato continuava, em 2012, a ocupar o cargo de editor de Publicações de Referência na Caros Amigos Editora.

    Mantinha o Blog do Renatão que começou, conforme explicou Renato Pompeu, “como blog ligado à revista Caros Amigos, destinado a publicar notícias internacionais de interesse das pessoas progressistas e que não tivessem o merecido destaque na grande mídia. Entretanto, a prática tem demonstrado que, diante da inação das esquerdas em todo o mundo, não tem ocorrido esse tipo de notícia”. No mesmo post, questionou se o blog “deveria continuar ou mudar de finalidade, mantendo o objetivo inicial, mas incluindo outros objetivos”, e concluiu “Minha decisão dependerá do número e do teor das respostas”.

    O jornalista Renato Pompeu, morreu no domingo, dia 9 de fevereiro de 2014, aos 72 anos. Trabalhou até a véspera da morte. Em seu Blog do Renatão, o último texto, com o título O legado de Ruth Cardoso, foi postado dia 8/02. Pompeu também assinava uma coluna na revista Caros Amigos e colaborava com o jornal Diário do Comércio.

    Pompeu integrou a equipe que fundou o Jornal da Tarde, do Grupo Estado, em 1966 – onde voltou a trabalhar nos anos 1990. Também atuou na revista Veja, da Editora Abril – fez parte do time que criou a revista, em 1968 -, e no jornal Folha de S.Paulo. Também passou pela agência United Press International (UPI) e pela equipe da enciclopédia Larousse-Cultural.

     

     

    Atualizado em fevereiro/2014 – Portal dos Jornalistas

    Fontes:

    www.estadao.com.br 

    Iniciais: disponibilizadas pelo próprio jornalista.

    http://br.linkedin.com/pub/renato-pompeu/27/547/a60

    http://www.ccmj.org.br/perfil/renato-pompeu/542