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quinta-feira, abril 25, 2024

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Mais tensão entre profissionais do RJ e a diretoria do Sindicato dos Jornalistas

O Portal dos Jornalistas recebeu do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro um pedido de retificação da nota publicada na semana passada sobre a realização de uma reunião plenária para discutir as diferenças entre a diretoria da entidade e os profissionais do movimento Esse Sindicato dos Jornalistas não me representa: “Ao contrário do que dizia a nota, a plenária foi convocada pela diretoria do Sindicato e não pelo movimento”. A reunião, realizada em 7/8 na Escola da Magistratura, teve mais de 400 presenças. Nela, a presidente Paula Máiran convidou Chico Otávio para fazer parte da mesa, representando o grupo da oposição. Chico relata: “Tive chance de falar no início. Não queria representar ninguém, e isso foi instantaneamente corrigido pela presidente. Disse que, ao mesmo tempo que reconhecia a legitimidade da diretoria eleita, também pedia à direção do Sindicato que reconhecesse a oposição, mas dentro de um espaço para entendimento. Subi para ajudar a garantir a civilidade, contribuir para diálogo, mas me decepcionei. No dia seguinte, Paula radicalizou o discurso, não demonstrou o menor interesse em negociar nada. Fiquei, então, do lado dos colegas que estão nas ruas. Assinei o manifesto [N. da R.: que condena a postura da entidade diante das agressões sofridas por profissionais que cobrem as manifestações de rua], porém acho que a agenda tem que mudar numa direção mais propositiva, nas questões mais emergentes sobre agressões praticadas contra jornalistas nas ruas, sejam de autoridades policiais como de manifestantes. Não dá, nada justifica a violência. Reconheço completamente o midialivrismo, tenho até ex-alunos meus. Acho que há lugar para todo mundo, existe uma democracia. Para mim, é a questão central”. Na mesma plenária, foi anunciado que Iara Cruz deixava a Comissão de Ética do Sindicato. A Comissão não é parte da diretoria e tem seus membros eleitos como pessoas físicas, independentemente das chapas que propõem seus nomes. Iara, boa de voto, foi eleita apesar de alinhada a uma chapa que não venceu a eleição. Sobre os motivos para a saída, disse ao Portal dos Jornalistas: “Faço questão de reafirmar o meu apreço, respeito e carinho por todos os membros da CE, pessoas da melhor qualidade, ética e competência. Minha saída é tão-somente porque a Paula me prometeu que esta assembleia seria só para jornalistas e que não teria militantes. No entanto foi aquilo que se viu. Na verdade, adiei o máximo que pude, mas a realidade é que desde o início foi muito difícil a relação com a diretoria do Sindicato, considerando que eu era tratada como ‘do outro lado’ ”. Mesmo que Iara não se estenda sobre os motivos, comenta-se nos bastidores que a gota d’água foi um diálogo áspero com Rafael Duarte, sem cargo formal, que lhe disse para se retirar de uma reunião de diretoria.   “900 pessoas não podem ser acusadas de patronais” Os midiativistas pegaram pesado em quem assinou o manifesto. Entraram nas páginas de quem trabalha na Globo, chamaram-nos de prostituídos e chegaram a ameaçar: “Você não merece viver”. Neise Marçal, da Rádio Nacional, foi duramente atacada por Victor Ribeiro no grupo Sou+EBC, por participar do movimento. Ela reagiu levando o caso à Comissão de Ética da EBC como assédio moral. Nesta 3ª.feira (13/8), em reunião interna, o movimento Esse Sindicato dos Jornalistas não me representa decidiu, talvez tardiamente, organizar-se, definir responsabilidades, criar comissões. Fernando Molica explica: “Nos comunicávamos pelas páginas, mas essa foi a primeira reunião física. Não posso adiantar muitas coisas, ainda precisam ser amarradas. O fundamental é que a diretoria procura ter um discurso agora mais tranquilo, enquanto pessoas e entidades aliadas, de maneira equivocada e irresponsável, tomam versões absurdas como verdadeiras, de que esse seria um movimento patronal, incentivado pelas Organizações Globo. Queremos respeito pela categoria: 900 pessoas não podem ser acusadas de patronais. É direito de todo cidadão brasileiro se manifestar, e cobrir as manifestações. Vários jornalistas foram feridos, um foi morto – isso é muito sério”. E prossegue: “Nenhum grupo profissional pode ser condenado por lutar pela própria segurança. Como se sentiriam os membros de outras categorias – os petroleiros, por exemplo – caso o presidente do seu sindicato tomasse a iniciativa de defender autores confessos da morte de um petroleiro? Movimentos populares que tanto reclamam da manipulação de informações deveriam ser mais cuidadosos. Já fizemos muitas e muitas matérias denunciando. Quando se fala em arbitrariedade da polícia, foi porque saiu no jornal. Não é justo, não é digno, que nosso movimento seja desqualificado por aliados da diretoria do Sindicato. A situação é tensa. O manifesto está mantido, continua aberto, recebendo adesões”. O Sindicato formou um grupo de trabalho para discutir as sugestões da plenária da semana passada. A primeira reunião será esta 5ª feira (14/8), no próprio auditório da entidade, às 19 horas. Entre outros assuntos, está a criação de um Conselho de Representantes e uma Comissão de Segurança dos Jornalistas. Vamos acompanhar.

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