
O repórter fotográfico Daniel Arroyo (Ponte Jornalismo), de 39 anos, levou um tiro de bala de borracha no joelho direito, disparado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, na tarde dessa quarta-feira (16/1), quando cobria o segundo ato do MPL (Movimento Passe Livre) contra o aumento da tarifa do transporte público municipal, de R$ 4 para R$ 4,30.
Segundo Arroyo, o tiro que o atingiu foi a culminação de uma série de ataques e provocações lançados pela PM contra manifestantes e jornalistas ao longo da tarde. Pela segunda vez, o ato contou com a presença de policiais identificados com um colete azul onde se lia a palavra “mediador”, que deveriam ter a função de dialogar com os participantes do protesto para evitar violências. Isso, porém, acabou não acontecendo, pois sobraram tiros, cacetadas e bombas.
Após ser baleado, Arroyo dirigiu-se aos oficiais que comandavam a tropa em busca de socorro. “Comandante, desculpa incomodar vocês, mas fui baleado com bala de borracha”, avisou. Os PMs abanaram os braços e disseram “não podemos fazer nada”. O fotógrafo foi por conta própria a um pronto-socorro, no Hospital São Camilo, no Ipiranga, zona sul, onde recebeu atendimento.
Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, afirma que a entidade “repudia de maneira veemente a agressão da polícia contra os manifestantes, que lutam por um direito legítimo e correto, por um transporte acessível à população, e a agressão dirigida especificamente aos jornalistas”. Segundo ele, ao agredir jornalistas, “a PM está tentando impedir o registro da violência contra os manifestantes”.