Ancelmo de Rezende Gois nasceu em Frei Paulo (SE), em 15 de setembro de 1948. Costuma dizer que é um sobrevivente da seca sergipana de 48. Sua mãe teve 24 filhos, mas somente 15, conta ele em linguagem típica, “vingaram”.
Começou a trabalhar em jornal aos 15 anos, em 1963, na Gazeta de Sergipe. Até então, seu maior estímulo era a política. Ainda adolescente, foi destacado para cobrir a descoberta de petróleo no Estado. Influenciado pelo pai, Euclides Gois, que foi vereador pelo Partido Republicano em sua cidade natal, Ancelmo Gois costumava participar dos comícios e fez parte do movimento estudantil da época.
Filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), chegou a ser preso por 40 dias após o Ato Institucional nº 5 (AI-5). Em 1970, viveu escondido em Moscou, na então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (Urss), onde estudou marxismo e leninismo na escola de formação da Liga Comunista Leninista da Juventude (Komsomol). Protegido pela KGB, o serviço secreto soviético, viveu sob a identidade falsa de Ivan Nogueira e, para as autoridades brasileiras, ele não fora para a União Soviética, e sim para a França.
Pouco mais de um ano depois, voltou para o Brasil, passando a residir no Rio de Janeiro (RJ). Ao regressar, sua perspectiva era trabalhar para o Partido Comunista. Queria ser um profissional do PCB. O período, no entanto, era desfavorável. Muitas perseguições e mortes fizeram com que o partido que o sustentava ficasse sem dinheiro.
Passou a viver de favor na casa de Luiz Paulo Machado, seu colega de escola em Konsomol. Sem dinheiro e precisando de um emprego, contou com a ajuda de Oscar Maurício de Lima Azêdo, camarada de partido e influente na imprensa carioca. Através dele, conseguiu contato e foi trabalhar como freelancer nas revistas especializadas da Editora Abril. O entusiasmo com que escrevia suas matérias fez com que editassem uma coluna nas primeiras páginas das revistas, chamada Negócios em Exame, que foi o primeiro esboço da revista Exame, criada em seguida e onde Gois também trabalhou.
Foi subeditor de Economia da revista Veja, além de colaborar com a coluna Radar, de Élio Gaspari. Convidado por Marcos Sá Correa, trocou a revista para fazer o Informe JB, no Jornal do Brasil. Ele costuma dizer que é jornalista por causa do JB, já que a Gazeta de Sergipe, na qual começou, se inspirava claramente nessa publicação. O JB, para Gois, era o veículo de seus sonhos e foi onde permaneceu por seis anos.
Em seguida, foi chefe do escritório da revista Veja no Rio de Janeiro, função que acumulava com a coluna Radar.
Ele diz que ama o seu trabalho, já que todo dia quer contar uma boa história. Seguindo a máxima de que Quem fica parado é poste, Gois trocou a Veja pelo site jornalístico Notícias de Opinião (NO), novamente a convite de Marcos Sá Correa. Era o início do Jornalismo na Internet e os salários eram bastante elevados.
Saiu do NO para substituir Ricardo Boechat como colunista do jornal O Globo, onde permanece até hoje. Assina também um blog no Portal G1, o Ancelmo.com – A turma da coluna,. A partir de 2008 passou a apresentar, o programa De lá pra cá na TV Brasil, ao lado de Vera Barroso. Ficou no programa até 2013.
Em maio de 2000 recebeu a Ordem de Rio Branco, outorgada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 2005, deu aulas de Comunicação Corporativa na Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ).
Na blog da Turma da Coluna está com Ana Cláudia Guimarães que é editora do blog e trabalha com Ancelmo desde que ele chegou ao jornal. O blog defende a diversidade, mas não esconde sua preferência pela democracia, pelo Rio, pelo samba, pelo Flamengo, pelas árvores, pelos bichos, pelo feijão com arroz e pela miscigenação – não necessariamente nesta ordem. Está no ar desde fevereiro de 2007.
Em dezembro de 2008, concedeu longa entrevista a Célia Chaim, na 6ª edição de Jornalistas&Cia Entrevista.
Assinou o Globo A Mais que circulou na internet em última edição em maio de 2015. Concebida a partir de muita pesquisa sobre os hábitos de leitura na web, lançada em 2012, foi merecedora do Esso de Contribuição à Imprensa. Trazia na edição vespertina do jornal continha um resumo dos principais acontecimentos do dia, em estilo de revista, com reportagens especiais, artigos dos colunistas VIPs da edição impressa (além de Ancelmo Gois assinavam a coluna Míriam Leitão, entre outros), fotogalerias, áudios e vídeos, além de notas e serviço sobre entretenimento – tudo isso resultado de um investimento significativo da empresa.
Entre os diversos prêmios que recebeu, destacam-se o Abril de Jornalismo 1985, na categoria Atualidades/Reportagem Geral, o Imprensa Embratel 2003, na categoria Jornal e Revista (com Alan Gripp, Dimmi Amora e equipe do jornal O Globo, pela série de reportagens No rastro das propinas – O caso do propinoduto) e quatro Comunique-se: em 2004, 2006 (ambos como Colunista de Notícia), 2010 (como Colunista Social) e 2012 (Melhor Blog).
Foi escolhido em 2014 entre ‘Os cem mais admirados jornalistas brasileiros – Top 50’, realizado pelo Jornalistas&Cia e Maxpress. Indicado entre os três finalistas do Prêmio Comunique-se pelo trabalho desenvolvido no jornal O Globo, na categoria Colunista/ Notícia. É a quinta vez que é escolhido pelo Prêmio Comunique-se.
Em 2015 voltou a ser eleito no '+ admirados jornalistas brasileiros' com 4.085 pontos classificando-se em 19º lugar e é o 4º colocado entre os mais admirados da Regional Sudeste. A eleição é realizada por J&Cia em parceria com a Maxpress.
A edição de 2015 abrangeu um colégio eleitoral integrado por 48 mil profissionais, sendo cerca de 3 mil da área de comunicação corporativa e 45 mil jornalistas de redações. Nesta segunda edição da premiação foram recebidas cerca de 8 mil indicações, abrangendo quase 3 mil nomes de jornalistas. Passaram para a final 347 jornalistas da etapa Nacional.
Atualizado em Janeiro/2016 – Portal dos Jornalistas
Fontes:
Jornalistas&Cia – Edição 1028
Entrevista concedida a José Reinaldo Marques, publicada em 14/8/2009;
Jornalistas&Cia Sp756-final (agosto/2010), Sp762-final (setembro/2010) e Sp804A (julho/2011)