Juremir Machado da Silva nasceu em 29 de janeiro de 1962, em Palomas, distrito de Santana do Livramento (RS). Graduou-se em História (bacharelado e licenciatura) e em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), onde também fez especialização em Estilos Jornalísticos. Passou pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs/RS), onde também chegou a cursar os créditos do mestrado em Antropologia. Obteve o Diploma de Estudos Aprofundados e o Doutorado em Sociologia, sob a orientação de Michel Maffesoli, na Universidade Paris 5, René Descartes, Sorbonne (França). Na mesma instituição, fez também o pós-doutorado, desenvolvendo pesquisa com Maffesoli, Edgar Morin e Jean Baudrillard (1929-2007). Além dos cursos na Sorbonne, seguiu os ministrados por Pierre Bourdieu (1930-2002) e Umberto Eco no Collège de France.
Quando menino, em Palomas, na Região da Campanha – onde então praticamente não havia televisores –, apaixonou-se pelo Jornalismo ao acompanhar a cobertura da Copa do Mundo de Futebol México 1970 da rádio Guaíba. Foi dono de banca de jornais aos 13 anos de idade. Decidido a abraçar a profissão de jornalista, colaborou com jornais amadores, como O Malcriado, outros de maior expressão, como A Folha de Viamão, e até participou do projeto do humorístico The Porto Alegre Times.
Ingressou profissionalmente na carreira em 1986, trabalhando como repórter esportivo no jornal Zero Hora, em Porto Alegre (RS). Em 1989, passou a ser editor de Cultura da publicação. Demitiu-se em 1991, quando partiu para o doutorado em Paris. Foi recontratado em 1993, ainda na França, como correspondente, quando Augusto Nunes assumiu como diretor de Redação do jornal. Durante o período, cobriu diversos festivais de cinema – em Cannes, Berlim e Veneza –, o Salão de Livros de Paris, a Bienal de Frankfurt, o Salão do Automóvel em Genebra e eventos esportivos, como a Liga de Vôlei e até o episódio da morte de Ayrton Senna (1960-1994). Os trabalhos renderam uma série de crônicas, relatando suas viagens por 11 países europeus.
No retorno a Porto Alegre, em 1995, tornou-se editor executivo da editoria Internacional e colunista de Cultura do ZH. Acabou demitindo-se após se envolver em uma controvérsia com o escritor e jornalista Luís Fernando Verissimo, o que o deixou marcado como polemista e provocador. Decidiu voltar à Europa, onde ficou por três meses.
De volta ao Brasil, trabalhou em rápida passagem, em 1996, na editoria de Internacional da revista IstoÉ, a convite de Tão Gomes Pinto. Decidiu fazer pós-doutorado na Sorbonne, mantendo-se como freelancer da Folha de S.Paulo (SP), principalmente entrevistando intelectuais para o caderno Mais! Continua a colaborar com o diário paulista. De novo em Porto Alegre, tornou-se correspondente das revistas francesas Sociétés, desde 1995, e Cultures en Mouvement, desde janeiro de 1999. Em 1997, escreveu matérias para o Caderno 2 de O Estado de S.Paulo (SP) e, em 2002, para o jornal Tribuna do Norte (RN).
Atua como colunista do Correio do Povo (RS) desde o ano 2000 – começou com uma coluna semanal que rapidamente, chegou a seis –, onde também mantém um blog, desde outubro de 2010. Começou também a experimentar a televisão, gravando comentários semanais para o SBT Rio Grande, jornalístico do SBT, e participando de dois programas da UniTV, canal universitário de Porto Alegre, produzidos pela Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUC/RS.
Faz comentários diários sobre Política, Comportamento e Cotidiano na emissora gaúcha da TV Record. Apresenta de segunda a sexta-feira, ao lado de Taline Oppitz, o programa Esfera Pública, das 13 às 14 horas, na rádio Guaíba. Além disso, na emisoora, é comentarista nos programas Bom Dia, comandado por Rogério Mendelski, e Ganhando o jogo, de Luís Carlos Reche.
É professor de Comunicação da PUC/RS, onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social e é editor das revistas Famecos: Mídia, Cultura e Tecnologia e Sessões do Imaginário. É pesquisador 1B do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foi vice-presidente da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós), de 2003 a 2005.
Sua obra literária e acadêmica é extensa. Publicou A Miséria do Cotidiano – Energias Utópicas Em Um Espaço Moderno e Pós-Moderno (Artes & Ofícios, 1991); A Noite dos Cabarés – Histórias do Cotidiano de Uma Grande Cidade (Mercado Aberto, 1991); Muito Além da Liberdade (Artes & Ofícios, 1991); O Pensamento do Fim do Século (L&PM, 1993); A Prisioneira do Castelinho do Alto da Bronze (Artes & Ofícios, 1993); Cai a Noite Sobre Palomas (Sulina, 1995); Anjos da Perdição – Futuro e Presente na Cultura Brasileira (Sulina, 1996); Viagem ao Extremo Sul da Solidão (Sulina, 1997); Visões de Uma Certa Europa (EdPUC/RS, 1998); Fronteiras (Sulina, 1999); Le Brésil, Pays Du Présent (Desclée de Brouwer, 1999); A Miséria do Jornalismo Brasileiro (Vozes, 2000); Adiós, Baby (Sulina, 2003); Nau Frágil (Sulina, 2003); Ela Nem Me Disse Adeus (Sulina, 2003); Getúlio (Record, 2004); Para Homens na Crise dos 40 – E mulheres interessadas em compreendê-los (Sulina, 2005); Mal Dito (Bipolar, 2005); Aprender a (Vi)ver (Record, 2006); Antes do Túnel, Uma História Pessoal do Bom Fim (da Cidade, 2007); As Tecnologias do Imaginário (Sulina, 2003) – publicado na França como Les Technologies de L´Imaginaire: Médias et culture à l`ère de la communication totale (La Table Ronde, 2008) –; Brasil Contemporâneo: Crônicas de um País Incógnito (Artes e Ofícios, 2006); Solo (Record, 2008); Cadernos de Estudos Fronteiras do Pensamento – Pensamento Contemporâneo (Telos, 2008); 1930: Águas da Revolução (Record, 2010); História Regional da Infâmia: O destino dos negros e outras iniquidades brasileiras – Ou como se produzem os imaginários (L&PM, 2010); O Que Pesquisar Quer Dizer – Como fazer textos acadêmicos sem medo da ABNT e da Capes (Sulina, 2010); Um Escritor no Fim do Mundo: Viagem com Michel Houellebecq à Patagônia (Record, 2011) – lançado na França como Avec Michel Houellebecq en Patagonie (CNRS, 2011) –; Vozes da Legalidade – Política e imaginário na Era do Rádio (Sulina, 2011); A Sociedade Midíocre – Passagem ao Hiperespetacular: O Fim do Direito Autoral, do Livro e da Escrita (Sulina, 2012), e A Orquídea e o Serial Killer: Crônicas do Século XXI (L&PM, 2012).
Como organizador ou colaborador, participou de mais algumas dezenas de livros. Além disso, é tradutor de obras de Alain Robbe-Grillet (1922-2008), Charles Baudelaire (1821-1867), Emil Cioran (1911-1995), Claude Simon (1913-2005), Dominique Wolton, Edgar Morin, Gilles Lipovetsky, Jean Baudrillard, Joaquim Clotet, Maurice Dantec, Michel Houellebecq, Michel Mafesolli, Pierre Michon e Yves Simon.
Entre as diversas premiações que recebeu, destacam-se o Prêmio Luís Beltrão 2001, na categoria Liderança Emergente, oferecido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom); o título de Cidadão Honorífico de Porto Alegre, concedido em 2008 pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre; o título de Chevalier dans l’Ordre des Palmes Académiques, outorgado em 2008 pelo governo francês; o Troféu Carlos Santos 2010, entregue na Semana da Consciência Negra pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, e a escultura símbolo O Gaúcho, ofertado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, em 2011, em reconhecimento pelo aprimoramento do controle social dos gastos públicos. É presidente honorífico da Associação de Pesquisa Histórica e Amigos da Cultura de São Lourenço do Sul (RS).
Torce para o Sport Club Internacional. “Modestamente”, acredita ser o melhor colunista do Brasil na área da “insustentável gravidade das coisas fúteis e eternas”.
Atualizado em fevereiro de 2013 – Portal dos Jornalistas
Fontes: