Incluído no corte que a Editora Abril fez às vésperas do feriado de Corpus Christi, o diretor Editorial do Brasil Post Ricardo Anderáos agora foca sua atenção na empresa de comunicação digital Latitude 0O, na qual é sócio de Guilherme Werneck, com quem trabalhou no caderno Link do Estadão e na MTV Brasil. Criada em 1995, a Latitude hoje tem clientes como Odebrecht Ambiental e Plataforma Brasileira de Política de Drogas. “Nos últimos 20 anos, prestamos consultoria, fizemos gestão de mídias sociais e criação de web/mobile sites para instituições como Sesc SP, Tok & Stok, Ministério das Relações Exteriores e Senac, entre outras”, disse Anderáos a J&Cia. Recentemente, a empresa fechou parceria com a Trip para mudanças na produção de conteúdo digital da editora. “É tudo o que posso falar por hora”, despistou. Entretanto, Paulo Lima, diretor da Trip Editora, disse a J&Cia que a empresa “está trabalhando com a Latitude e com Bia Granja em várias ideias, para que haja uma aceleração/expansão das muitas frentes digitais e eletrônicas nas quais já atuamos há vários anos”. Segundo ele, só em 2014 a Trip desenvolveu, por exemplo, mais de 300 trabalhos em vídeo para as marcas próprias ou para grandes clientes: “Da tevê aberta ao youtube, as plataformas digitais/eletrônicas têm sido naturalmente cada vez mais alvo da energia da equipe, seja por estratégia ou pela própria demanda dos nossos clientes e do nosso público”. Fernando Luna, diretor Editorial da Trip, informou que o projeto em curso é bem maior do que uma modificação no site: “Não é simplesmente criar um site novo. É transformar o processo de produção de conteúdo, dando protagonismo ao digital. Isso inclui desenvolver novos fluxos de trabalho e novas habilidades”. Luna garante que, com os novos processos, não serão deixadas de lado a relevância e a inovação do conteúdo: “Só há uma coisa mais importante do que usar muito bem todos os meios: a mensagem. O conteúdo precisa ser capaz de mobilizar, informar e emocionar o internauta, telespectador ou leitor”. Sobre a saída da Abril, Anderáos informou que sua vaga foi fechada no pacote de reestruturação da empresa, que incluiu eliminação de postos de trabalhos, demissões e venda de títulos. Disse ainda que “a parceria entre o Huffington Post e a Abril prossegue, sem a minha presença. A operação editorial continua sendo tocada pelo editor-chefe Diego Iraheta, agora se reportando a Alecsandra Zaparolli, que vai coordenar as marcas associadas a lifestyle na Abril. Como a decisão de minha demissão deveu-se exclusivamente à necessidade de enxugamento de custos da Abril, e dado o excelente relacionamento que mantenho com o estafe do Huffington Post internacional, continuo colaborando com o Brasil Post, agora como mais um blogueiro da rede de quase 800 colaboradores que ajudei a criar no Brasil”. No facebook Em sua página do facebook, Anderáos comentou sua saída de Abril com o print de uma matéria do prórpio Brasil Post, intitulada Desemprego Recorde. Na imagem, incluiu seu cartão funcinal da Abril, ainda dos tempos da MTV. A manchete do Brasil Post (que continua sem minha presença) é simbólica deste momento em que saio da Abril e entrego meu crachá, ainda dos tempos da extinta MTV Brasil. É hora de me voltar com todas as forças a minha velha e boa www.latitude.com.br com o sócio Guilherme Werneck Se você que está lendo este post conhece alguém precisando dois caras foda na comunicação em plataformas digitais, indique a gente! Muito obrigado Abril por tudo que aprendi, com destaque para meus padrinhos Helena Bagnoli, Manoel Lemos e Victor Civita. Tks to The Huffington Post, with a special hug to Arianna Huffington, Nicholas Sabloff and Koda Mike Wang. Ainda sobre as demissões Os sindicatos dos Jornalistas e dos Administrativos fizeram assembleia conjunta na noite do próprio dia 2/6, data em que ocorreram as demissões. Segundo o Sindicato dos Jornalistas, foi a primeira vez que as entidades representativas desses dois segmentos de trabalhadores se uniram. Na negociação realizada em 3/6, a Abril confirmou a demissão de 31 jornalistas e de 80 funcionários administrativos. Na reunião, os dirigentes sindicais, ainda segundo o SJSP, mostraram preocupação com os empregos e repudiaram as dispensas, pois a empresa já havia demitido 16 jornalistas em abril e 37 em maio, que, somados aos dessa semana, totalizam 84 demitidos. Quanto aos administrativos, o quadro ainda é pior: 97 demissões desde abril, totalizando 177 com as recentes. No total, 261 trabalhadores sem emprego em menos de dez semanas. Na assembleia, as entidades sindicais decidiram apresentar à Editora Abril uma pauta unificada composta por três pontos fundamentais: Proibição de demissões por três meses (estabilidade no emprego); Rescisão com pagamento de dois salários para os demitidos; Extensão do plano de saúde aos demitidos por seis meses. Além disso, o pagamento de todos os direitos trabalhistas, como aviso prévio, 13º salário proporcional, férias, adicionais e demais obrigações legais.