Franklin de Sousa Martins nasceu em Vitória, Espírito Santo, no dia 10 de agosto de 1948, e cresceu no Rio de Janeiro. Em 1967, entrou para a Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ. Ficou por quase três anos na França e diplomou-se na École des Hautes Études en Sciences Sociales, da Universidade de Paris.
Filho de jornalista, escritor e político, Mário Martins, que ajudou a fundar a UDN, elegeu-se vereador e deputado federal, foi senador e acabou cassado depois do AI-5.
Começou a trabalhar cedo, aos 15 anos, como estagiário no jornal Última Hora. Ficou lá por três meses “cobrindo polícia e buraco de rua”. Em 1963, quando o movimento sindical vivia grande agitação foi para a agência de notícias Interpress que precisava de um repórter iniciante para acompanhá-lo nos sindicatos trabalhistas.
Lançou uma revista de política e cultura com mais três companheiros, entre eles José Roberto Spiegner (morto mais tarde lutando contra a ditadura). Do período lembra-se: “Aí veio o golpe de 64. Da noite para o dia, a festa acabou. O presidente da República foi deposto, o Congresso manietado, os sindicatos amordaçados, e as liberdades restringidas. E o que é pior: não houve qualquer resistência séria”, conforme o perfil no site.
Meses depois, a Interpress fechou, passou a fazer freelance para as revistas Chuvisco e Manchete e trabalhou numa agência de publicidade.
Durante o período de faculdade (e da repressão política) Franklin foi eleito secretário-geral do Diretório Acadêmico e, meses depois, vice-presidente da União Metropolitana dos Estudantes, e eleito presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFRJ “nem cheguei a esquentar a cadeira à frente da entidade. Fui preso logo em seguida no Congresso da União Nacional do Estudante, em Ibiúna, São Paulo, em outubro”.
1968 foi um ano crucial na luta contra a ditadura. Franklin ficou dois meses atrás das grades “entre outros, foram meus companheiros de cela Luiz Travassos, presidente da UNE, que faleceu mais tarde num acidente de carro, Vladimir Palmeira, presidente da UME, José Dirceu, presidente da UEE de São Paulo, e Antônio Ribas, líder secundarista em São Paulo, morto na guerrilha do Araguaia”.
Foi libertado graças a um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, dois dias antes da edição do AI-5: “Passei imediatamente para a clandestinidade”.
Franklin chegou à conclusão de que não havia outro caminho senão o de enfrentar a ditadura “de armas na mão” sobre o momento lançou o livro Viagem à luta armada, onde conta “sobre as circunstâncias em que muitos, como eu, fizeram essa opção”.
Meses depois já participava de ações armadas. Em setembro de 1969, integrei o grupo, formado por militantes da Ação Libertadora Nacional e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, MR8, que sequestrou o embaixador americano Charles B. Elbrick para forçar o governo a libertar 15 presos políticos. No site de Franklin existem acessos para leitura do livro e do manifesto lançado na época.
Com a cabeça prêmio, foi para Cuba, fazer treinamento de guerrilha rural. Do povo cubano guardou boa a impressão “generoso, solidário e, acima de tudo, digno”. Dos 29 que foram para Cuba, quinze morreram “lutando contra a ditadura, quase todos executados na tortura”.
De Cuba foi para Santiago, Chile. Era para ficar dias, ficou de anos. No Chile de Allende nasceu Claudio “meu filho”, conta Franklin.
No início de 1973 voltou para o Brasil e foi viver “clandestinamente” em São Paulo. Ficou até meados de 74, vivia trancado o dia todo. Saía apenas à noite para fazer contatos rápidos. Foi um período duríssimo”, recorda-se. Exilou-se mais uma vez, foi para a França no primeiro semestre de 1974. Ficou por quase três anos quando diplomou-se na Universidade de Paris. Voltou para o Brasil em 1977.
Continuou a viver escondido em São Paulo até o final de 1979. Na época conheceu e casou-se com Ivanisa Teitelroit, psicóloga clínica, com quem teve dois filhos: Julia e Miguel. Saiu a anistia. Anistiado, trabalhou no jornal Hora do Povo até 1982. Candidatou-se a deputado, mas não ganhou.
Em 1983 e 1984 foi repórter do Indicador Rural. Em 1985, entrou como redator do Globo e, em seguida, do Jornal do Brasil. Migrou em 1987 para Brasília para cobrir a Constituinte – primeiro como repórter e depois como coordenador político da sucursal do Jornal do Brasil.
Mais tarde, trabalhou no SBT e no Estado de São Paulo. Em 1991 e 1992 foi correspondente do JB em Londres. Voltando ao Brasil, ficou no mesmo jornal até 1994, quando se transferiu para O Globo, no qual passou por vários cargos; repórter especial, colunista político, editor de política e diretor da sucursal de Brasília.
Deixou o Globo no fim de 1997. Dali para frente foi colunista para o Jornal de Brasília e para as revistas República e Época. Durante oito anos e meio foi comentarista político da TV Globo, da Globonews e da CBN, até maio de 2006.
Foi comentarista da TV e da Rádio Bandeirantes, desde a estreia em junho de 2006.
Assinou uma coluna diária no iG por oito meses (até 27 de março 2007), período em que assinou no portal os programas Conexão política, Som na Caixa (com músicas políticas) e Estação História, focada em fatos importantes registrados na vida brasileira.
Deixou a Bandeirantes e a coluna para assumir o Ministério da Comunicação Social, como ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Brasil durante o mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva até dezembro de 2010.
Sobre o seu trabalho explica: “Há quem pense que estou numa posição, hoje, em que as notícias caem no meu colo por gravidade. Quem dera … Na verdade, trabalho diariamente quase doze horas. Nada vem de graça, tudo custa esforço. Mas gosto do que faço. Embora, às vezes, me dê uma vontade danada de fazer algo bem diferente”.
Autou no núcleo de coordenação de comunicação da campanha de reeleição da presidente, Dilma Rousseff, ao lado do marqueteiro João Santana.
Franklin em entrevista concedida ao portal iG em 17 de março de 2014 fala Sobre: o pedido de desculpas (das Forças Armadas), Reedição das manifestações pré-64, 1968: o golpe dentro do golpe, Direita contra a pauta popular, Erro de avaliação de Jango, Crítica à luta armada e a Lei de anistia.
No site do Franklin Martins está toda a trajetória no jornalismo e um pouco da história do Brasil no período de exceção política, vivido por ele.
Em junho de 2015 lançou o livro Quem foi que inventou o Brasil, pela editora Nova Fronteira, que relê a política brasileira em mil canções. O lançamento foi assunto para vários veículos nacionais e internacionais. Entre eles a Carta Capital publicou o artigo assinado pela jornalista Rosane Pavam A música como arma política, no qual aborda os resultados da pesquisa desenvolvida por Franklin Martins sobre a constância com que a música brasileira comentou o poder. Na mesma época o Antonio Jiménez Barca abordou o mesmo tema em entrevista concedida por Franklin.
Atualizado em setembro/2015 – Portal dos Jornalistas
Fontes:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/06/1645120-franklin-martins-ex-ministro-de-lula-rele-a-politica-em-mil-cancoes.shtml
http://www.franklinmartins.com.br/post.php?titulo=caros-leitores