* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro
Jorge Bastos Moreno morreu no Rio, na madrugada desta quarta-feira (14/6), de edema agudo de pulmão decorrente de complicações cardiovasculares, aos 63 anos.
Moreno nasceu em Cuiabá e viveu em Brasília desde a década de 1970. Trabalhou no Jornal de Brasília, e ali obteve seu primeiro furo de reportagem, a nomeação do general Figueiredo para suceder o general Geisel.
Foi então trabalhar no jornal O Globo, onde esteve por 35 anos. Devido a sua capacidade para cultivar boas fontes, outros furos se sucederam: um deles em 1992, durante o impeachment do presidente Collor, com uma prova procurada pela CPI, ligando o presidente aos pagamentos do esquema PC. Venceu depois, em 1999, o Prêmio Esso de Informação Econômica, com a notícia da queda do então presidente do Banco Central Gustavo Franco e a desvalorização do real que se seguiu.
Moreno dirigiu a sucursal de Brasília e no final dos anos 1990 começou a escrever uma coluna aos sábados, com o título de Nhenhenhém, sobre os bastidores da política. Há dez anos, foi morar no Rio.
A coluna passou a levar seu nome, assim como o blog no site do Globo. Em 2013, lançou A história de Mora – A saga de Ulysses Guimarães, livro que mistura realidade e ficção. Escrevia também o Cantinho do Moreno, na coluna Poder em jogo, de Lydia Medeiros. Era âncora do programa Preto no branco, no Canal Brasil, e fazia participações na GloboNews. Em marco deste ano estreou o talk show semanal Moreno no rádio, na CBN. No mesmo mês, lançou o livro Ascensão e queda de Dilma Rousseff, no formato de textos do Twitter.