Diversidade e aposta em ações digitais também despontam como forças dentro da atividade
Realizado em 12/9, em São Paulo, com a participação de cerca de 80 pessoas, o 7º Seminário Mega Brasil de Comunicação Interna apontou alguns dos caminhos priorizados por grandes e médias organizações na condução de sua comunicação com os empregados.
A adoção de aplicativos customizados para a área e desenhados para informar, integrar e engajar a força de trabalho tem sido uma das inovações adotadas com grande sucesso por inúmeras organizações, cumprindo papel estratégico de interlocução.
André Franco, diretor de Operações e Tecnologia da Critical Mass (agência ligada ao Grupo In Press), apresentou no evento as plataformas que sua equipe desenvolveu para a comunicação corporativa, em que uma das estrelas é o Dialog, app inspirado nas funcionalidades das redes sociais, mas com foco no ambiente de trabalho.
“É uma plataforma intuitiva, lúdica, com inúmeras possibilidades de segmentação – seja de conteúdo e mesmo de públicos – e que permite mensuração integral. Nosso primeiro cliente foi a Pepsico, mas com o sucesso fechamos contrato com outras organizações, como Unilever e Votorantim. E por que ele tem sido esse sucesso? Porque foi concebido e desenvolvido a partir do elemento comum dos tempos modernos, o smartphone”.
Com o mesmo objetivo, porém apostando num desenvolvimento próprio, doméstico, com apoio da área de TI, a Duratex também estreou recentemente seu app para os empregados, conseguindo a proeza de 1.229 usuários em apenas 15 dias de uso.
Segundo Renata Pedroso Pupo Nogueira, coordenadora de Comunicação Interna e Externa da empresa, o app consolida o trabalho de reestruturação dos canais de comunicação interna da companhia, feito a partir de uma pesquisa com os funcionários. Diferentemente da plataforma da Critical Mass, o app da Duratex cumpre o papel essencial de informar, não tendo nessa fase inicial pretensões de rede social.
“Com ele”, afirma Renata, “queremos manter os funcionários informados de tudo o que de mais importante acontece na empresa, em primeira mão. São pelo menos cinco novas notícias por dia que ele pode acompanhar, produzidas por nossa equipe. O próximo passo é dar protagonismo nesse noticiário às notícias geradas pelos próprios empregados”.
Diversidade foi outro tema predominante no evento, abordado tanto pelo diretor de Comunicação Corporativa da Bayer Paulo Pereira quanto pela diretora de Comunicação e Relações Governamentais para a América Latina da Cummins Luciana Giles.
Pereira enfatizou o desafio de mudar cultura e comportamento dos empregados nesse campo e que por isso a empresa se mantém aberta e com vários grupos de discussão, como os de LGBT, Pessoas com necessidades especiais, Gênero e Igualdade Racial: “Criamos até um grupo de estagiários, o Bayer Jovens, e estamos estudando a criação de alguma ação também para a melhor idade”.
Luciana, que integra também o Grupo de Equidade de Gênero da Empresa e é vice-presidente do Comitê Executivo do Centro Comunitário J. Erwin Miller, braço social da Cummins, exaltou o engajamento da alta direção da organização com a causa, que é histórica e nasceu com a própria empresa, já em sua fundação, e o trabalho permanente de conscientização, sobretudo das lideranças. “Adicionalmente”, enfatizou, “é preciso uma política clara de RH e o reforço do código de conduta para que o tema tenha protagonismo e relevância em toda a empresa”.
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Ricardo Júlio, responsável pela gestão da comunicação corporativa da Volkswagen, falou sobre Comunicação Interna Digital: as pessoas no centro da estratégia. Em sua exposição, fez um paralelo entre o que vai acontecer com os carros dentro de alguns anos e o que também começa a acontecer com as pessoas: todos serão cada vez mais digitais e o trabalho da comunicação tem de estar alinhado com isso, dar o suporte e as ferramentas necessárias para a transformação.
Entre as mudanças em curso, segundo informou, estão a criação de mídias digitais, combinando informação e prestação de serviços, histórias reais, uso intensivo de vídeos e imagens e focus group para avaliar o impacto dessas inovações.
Na abertura do evento, Luci Molina, coordenadora de Comunicação Interna e da Intranet Espaço do Servidor da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, mostrou como tem conseguido vencer a burocracia, a falta de recursos e baixa autoestima dos servidores públicos (no caso dela, os professores), com uma pequena equipe, criatividade e obstinação.
“Construímos uma rede praticamente 100% na base de parcerias e demos protagonismo aos 260 mil professores da rede estadual. Montamos um ambiente digital moderno, interativo; avançamos de forma espetacular nos benefícios; e com isso conseguimos um índice de audiência e fidelização excepcional para a Secretaria”. A joia da coroa do projeto são os sorteios, que vão desde entradas para teatro ou cinema a descontos em pousadas e restaurantes e até cursos de pós-graduação. “Dos 500 itens sorteados em 2014, quando iniciamos o programa, saltamos este ano para cerca de 31 mil, até agora. Ganham os parceiros, que veem suas marcas divulgadas junto a esse grande contingente de formadores de opinião; e os servidores, pelas múltiplas oportunidades oferecidas e a que dificilmente teriam acesso”.
Também se apresentou no evento André Andrade, CEO da Zumpy, startup de mobilidade, que desenvolveu um aplicativo para caronas solidárias, batizado de Rotas Compartilhadas, adotado por grandes corporações como Fiat e Copasa: “O aplicativo é grátis e seu uso nas grandes corporações contribui não só para maior integração dos colaboradores como também para menor emissão de CO2, pela diminuição de automóveis nas ruas. E, adicionalmente, menor uso de estacionamento. Já temos 85 mil usuários e 1,2 milhão de rotas consolidadas. No caso de motoristas que querem usar o aplicativo para compartilhar custos, os valores cobrados são ligeiramente superiores aos do transporte público, mas menores do que alternativas como Uber, Cabify e táxi. O detalhe é que, neste caso, esse recurso é direcionado e condicionado para uso exclusivo na manutenção do veículo, seja abastecimento, oficina e mesmo pagamento de IPVA. Nunca para remuneração do serviço que vai prestar”.