Carlos Alberto Caó Oliveira dos Santos morreu no domingo (4/2), aos 76 anos.
Nascido em Salvador, dedicou-se à política desde a adolescência, na União Nacional dos Estudantes. Mudou-se para o Rio e formou-se em Direito. Trabalhou no jornal Luta Democrática, de Tenório Cavalcanti, que era o terceiro maior do Estado no início dos anos 1960. Esteve depois, como repórter, em Diário Carioca, Tribuna da Imprensa, O Jornal, Jornal do Commercio e TV Tupi. Em 1971, foi para o Jornal do Brasil, como repórter de Economia e chegou a editor da área.
Presidiu o Sindicato dos Jornalistas do Município por dois mandatos, de 1978 a 1984. No segundo, afastou-se para ser secretário do Trabalho e Habitação no governo Leonel Brizola. Trocou então o jornalismo pela política e, filiado ao PDT, como deputado federal pelo Rio, foi um dos poucos políticos negros a integrar a Assembleia Nacional Constituinte de 1987.
Foi autor do texto que alterou a Lei Afonso Arinos, tornando crime o preconceito de raça e gênero, o que fez com que a modificação ficasse conhecida como Lei Caó. Militante do movimento negro, foi um dos símbolos da luta contra o racismo no País.
Mesmo após seguir carreira política, manteve contato com o jornalismo, na ABI, e votou nas últimas eleições do Sindicato. Apesar dos apelos, a família pediu privacidade e não divulgou a causa de sua morte, nem dados sobre o velório. Amigos próximos informaram que o corpo foi cremado e as cinzas serão jogadas numa lagoa em Salvador.