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quinta-feira, dezembro 26, 2024

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Luís Fernando Silva Pinto: do automobilismo para a política internacional

* Entrevista publicada na edição 106 de Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva, de 20 a 26 de maio de 2011.

Luís Fernando Silva Pinto, correspondente da Rede Globo em Washington, está completando este mês 40 anos de jornalismo, boa parte vivida fora do Brasil, cobrindo política internacional diretamente de Londres e da capital norte-americana.

Mas o início de tudo foi no Jornal da Tarde, em São Paulo, onde começou a dar expediente aos 15 anos, bem antes de se formar em Jornalismo. E foi na redação do JT, mais especificamente no Jornal do Carro, que ele teve a primeira oportunidade de escrever sobre automobilismo, na equipe comandada à época por Luiz Carlos Secco.

“Eu era ainda bem garoto e, assim como muitos adolescentes, um apaixonado por carros e corridas”, conta. Ao longo da carreira, cobriu fatos mundiais importantes, como a primeira manifestação do movimento das Mães da Praça de Maio, na Argentina, revolução na Nicarágua, Guerra das Malvinas, primeira visita de João Paulo II ao Brasil, massacre na Praça da Paz Celestial em Pequim, atentados de 11 de setembro, entre outros. Nesta entrevista, concedida por telefone, o tema foi o universo automobilístico.

Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva – Como foi o início desses 40 anos de profissão?

Luís Fernando Silva Pinto – Sempre gostei de carros e corridas. Lembro que ainda adolescente ia de bicicleta ao Autódromo de Interlagos acompanhar competições. Tive mais tarde muitas motocicletas. Comecei aos 15 anos, no Jornal da Tarde, pelas mãos de Luiz Carlos Secco, que à época era o editor do Jornal do Carro. Foi um grande aprendizado o dia a dia na redação ao lado de um profundo conhecedor do segmento. Aprendi que o universo automobilístico era muito mais do que o esporte em si e a enxergar o setor também pelo aspecto da indústria. A busca pela excelência da notícia é algo fascinante no Jornalismo. É um privilégio vivenciar isso.

J&Cia Auto – Por onde você passou antes de ingressar na Rede Globo?

Luís Fernando – Trabalhei na revista Duas Rodas, na equipe do Josias Silveira. Cheguei à TV Globo em 1976, a convite de Luis Fernando Mercadante, profissional de texto exemplar, com muitos perfis publicados na revista Realidade.

J&Cia Auto – Qual sua relação com o setor hoje?

Luís Fernando – Aqui nos Estados Unidos são muito comuns os clubes de automóveis. Porsche, Audi, Ferrari, BMW e outras empresas mantêm atividades que reúnem proprietários de veículos dessas marcas. Eles participam de encontros, passeios e cursos de pilotagem em pistas para conhecer todo o potencial dos automóveis, aprendendo dicas de segurança, velocidade e competição. Há 15 anos participo do Clube da Porsche como instrutor voluntário. São vários estágios pelos quais os proprietários passam. E quando não estou orientando vou para a pista tirar o melhor proveito dos carros. É um momento de descontração mental!

J&Cia Auto – Um carro inesquecível?

Luís Fernando – Porsche 911 em suas várias versões. O 993 é fantástico, com motor boxer. Eu aprendi a dirigir em um Fusca, então, é fácil imaginar o entusiasmo com o automóvel…

J&Cia Auto – Um momento automotivo que marcou sua vida?

Luís Fernando – Sempre fui fã do Nelson Piquet e quando ele sofreu aquele terrível acidente em Indianapolis eu estava na cobertura e tive que transmitir a notícia ao vivo. Outra passagem marcante foi um GP em Detroit, que o Ayrton Senna ganhou. Eu precisava da entrevista após a corrida. Ele sumiu para o quarto e não aparecia. Mas no final me atendeu.

J&Cia Auto – O que mais o impressiona na imprensa automotiva?

Luís Fernando – Acho a imprensa especializada muito boa e ágil. O destaque fica por conta do trabalho focado na defesa do consumidor. Um olhar voltado à segurança dos motoristas e dos pedestres.

J&Cia Auto – Um profissional da imprensa automotiva para homenagear o segmento?

Luís Fernando – Há muita gente boa nesse meio com enorme capacidade para boas pautas. Secco, Josias, Emílio Camanzi, Konrado Reys…

J&Cia Auto – Livro de cabeceira?

Luís Fernando – Gosto muito de ler e reler títulos. O fio da navalha (Somerset Maugham), O Aleph (Jorge Luís Borges) e Dom Quixote (Miguel de Cervantes).

J&Cia Auto – Time de coração?

Luís Fernando – Santos. Quando estava no litoral paulista, depois do almoço de domingo, meu tio me levava ao estádio para ver Pelé e Coutinho. Tem coisa melhor? (risos)

J&Cia Auto – O que mais gosta de fazer nos momentos de descanso?

Luís Fernando – Namorar. Tenho uma (namorada) há 25 anos, minha esposa.

J&Cia Auto – Algum hobby especial?

Luís Fernando – A paixão pelas pistas.

J&Cia Auto – Tipo de música que mais aprecia?

Luís Fernando – Minha geração é do rock. Mas me atualizo descobrindo coisas novas nos iPods dos meus filhos de 21 e 17 anos. É muito bom ligar o aparelho no sistema do carro e dirigir ouvindo novidades. Também gosto de MPB.

J&Cia Auto – Na televisão, qual programa predileto?

Luís Fernando – Gosto de drama e séries inglesas.

J&Cia Auto – Quais os jornais e revistas de que mais gosta? E sites especializados?

Luís Fernando – Leio de tudo um pouco, os grandes jornais do Brasil, Estados Unidos, Inglaterra…

J&Cia Auto – Um sonho por realizar?

Luís Fernando – Ter um programa de carros! Quero falar dos lançamentos, ir para as pistas e testar todos os detalhes.

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