De acordo com relatório recente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), os casos de agressões a jornalistas no Brasil cresceram 36,7% entre 2017 e 2018. Foram 135 ocorrências de violência, com 227 vítimas, segundo a entidade. Os principais agressores foram eleitores/manifestantes, responsáveis por 22,2% dos casos de agressão – no ano passado, o Brasil viveu uma campanha presidencial polarizada.
Os partidários do presidente Jair Bolsonaro foram os que mais agrediram jornalistas, de acordo com a Fenaj: eles foram responsáveis por 23 das 30 ocorrências que envolviam eleitores/manifestantes. Parte das agressões ocorreu durante dias de votação e comemorações da vitória. Outro acontecimento importante foi a greve dos caminhoneiros, que também contribuiu para o aumento das agressões. A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o estopim para violência contra jornalistas: a Fenaj contou sete casos de agressão em protestos contra a condenação e encarceramento de Lula. O episódio também motivou dois ataques por parte de policiais militares e uma ocorrência de censura quando o Supremo Tribunal Federal impediu que a imprensa entrevistasse o ex-presidente.
A maioria dos jornalistas vitimados no ano passado foi vítima de agressões físicas (24,4% das ocorrências), seguido de ameaças e intimidações (20,7%) e agressões verbais (20%). Os impedimentos ao exercício profissional também tiveram um aumento significativo e chegaram a 14,8% dos casos em 2018. Veja o relatório completo no site da Fenaj.