Última atualização: 17/9, às 10h32
Uma das mais tradicionais publicações especializadas em Economia ainda em atividade no País, o jornal DCI deixará de circular a partir de 23/9. A notícia foi confirmada nessa segunda-feira (16/9) aos funcionários da publicação – 29 no total, sendo 12 jornalistas. A decisão coloca fim à história do jornal, fundado em 1934, uma vez que não seguirá nem online.
A Sol Panamby, empresa controladora da publicação, ligada à família do ex-governador paulista Orestes Quércia, realiza nesta terça-feira (17) , na sede do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, uma assembleia para discutir a proposta de desligamento.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o diretor-executivo Raphael Müller creditou a decisão às dificuldades na economia do País e à ruptura no modelo de negócios do jornalismo, mas também, em parte, às medidas do Governo Federal que suspenderam a obrigatoriedade de veiculação de balanços e editais na imprensa.
“Elas não foram determinantes, mas sem dúvida as duas MPs, 892 e 896, tiveram influência nessa decisão, foram um reforço”, disse o executivo. “Elas causam uma insegurança muito grande para o ambiente em que a gente está vivendo”.
Sem perspectivas de conquistar investimentos para recuperar o jornal, que já havia passado por um programa de demissões no ano passado, decidiu-se pelo fechamento do impresso e da operação digital. “É muito triste, o grupo todo lamenta. É um jornal quase centenário, que vinha cumprindo o seu papel, com uma pauta voltada ao empreendedor, útil para a indústria brasileira e todos os setores”, concluiu Müller.
Sou ex-editor do DCI e sinto muito que isso vá acontecer… Mas para atualizar, nem mesmo o on-line continuará….
Lamentável, o DCI era o último bastião do jornalismo econômico com os pés no chão.
Boa sorte aos colegas demitidos,
Que o mercado editorial e as assessorias de imprensa consigam absorvê-los.
Amem, ou que venha a renascer um dia, breve .
O desaparecimento de um jornal é um evento que marca o enfraquecimento da cidadania. Num país como o Brasil onde cidadania é um produto raro no mercado é sempre um sinal ruim.
A notícia é realmente triste mesmo, mas sejamos verdadeiros em nossas publicações. O jornal está em dificuldade há muito tempo. As medidas do governo não tem nada a ver com o fechamento.
Sou um daqueles mais de 100 jornalistas que um dia trampou no DCI. Fase maravilhosa do Biondi. Tempos depois, o tal HLO (Hamilton Lucas de Oliveira), dono da IBF, comprou e afundou a publicação. Ninguém recebeu um tostão. Parece que o meliante se debandou pra Miami. Tempos depois a família Quércia comprou o título sem ônus trabalhista. Não fez questão de pagar um cafezinho aos jornalistas, que um dia saíram com uma na frente, outra atrás … Lamento por tudo. Uma mistura de raiva, com frustração e lamento. Sei lá! Justiça do Trabalho.. Sindicato.. bah, inépcia total
Trabalhei por 4 anos nesse jornal e sai no ano de 1994, infelizmente sem receber meus direitos.
Alegaram falência, mas continuaram com o jornal ativo.
Creio que não fui o único nessa situação. Lamentável.