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quinta-feira, dezembro 26, 2024

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Bolsonaro manda repórteres calarem a boca e nega interferência na PF

Bolsonaro ataca Folha de S.Paulo e os repórteres presentes. Crédito:
Pedro Ladeira/Folhapress

Em coletiva nesta terça-feira (5/5) em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro irritou-se, elevou seu tom de voz e dirigiu ataques aos repórteres. Chegou a mandar os profissionais calarem a boca. Questionado sobre a troca na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, gritou: “Cala a boca, não perguntei nada. Cala a boca, cala a boca. Não tenho nada contra o superintendente do Rio e não interfiro na PF!”

O presidente destacou uma coluna da Folha de S.Paulo, publicada na segunda-feira (4/5), que dizia que a troca de superintendentes da PF no Rio de Janeiro deu-se por causa de um jogo de interesses da família Bolsonaro, que pretendia colocar alguém “de confiança” no cargo. Bolsonaro disse: “Canalha é elogio para a Folha de S.Paulo. (…) Não tem nenhum parente meu investigado pela Polícia Federal, nem eu, nem meus filhos. Uma mentira que a imprensa replica o tempo todo: dizer que os meus filhos querem trocar o superintendente. Para onde é que está indo o superintendente do Rio de Janeiro? Para ser o diretor executivo da PF. São 27 superintendências no Brasil, para ser diretor executivo. Eu estou trocando ele? Eu estou tendo influência sobre a Polícia Federal?“

Nesse momento, repórteres perguntaram se ele havia pedido alguma troca no Rio de Janeiro. O presidente então elevou o tom e os mandou calarem a boca. Seus apoiadores o aplaudiram e seguiram direcionando ofensas aos repórteres.

O texto da Folha referia-se ao fato de que Rolando Souza, novo diretor-geral da Polícia Federal, decidiu trocar a chefia da Superintendência da PF no Rio de Janeiro apenas um dia depois de assumir o cargo. Carlos Henrique Oliveira, deixará o comando da PF no Rio e deve ser o novo diretor executivo da entidade. Segundo a Folha, a ação é fruto de interesses da família Bolsonaro.

Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) declarou que “protesta com veemência contra os termos desrespeitosos com que o presidente Jair Bolsonaro se dirigiu aos jornalistas na manhã desta terça-feira. Mais uma vez, o presidente mostra sua incapacidade de compreender a atividade jornalística e externa seu caráter autoritário. Os jornalistas trabalham para levar os fatos de interesse público ao conhecimento da população e têm o direito e o dever de inquirir as autoridades públicas. É lamentável e preocupante que o presidente faça dos ataques aos jornalistas e ao jornalismo uma rotina contra a civilidade e a convivência democrática”.

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