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quinta-feira, dezembro 26, 2024

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Os 75 anos de Matías Molina

Os 75 anos de Matías Molina Matías Molina, um dos mais respeitados jornalistas de Economia do País, com passagens pelo grupo de revistas técnicas da Abril e, depois, por muitos anos pela Gazeta Mercantil, onde foi editor-chefe, fez 75 anos no final de julho e para homenageá-lo seu filho caçula e também jornalista Maurício Martínez fez as vezes de editor e convidou diversos profissionais que com ele conviveram a serem coautores da obra Matías M. ? O ofício da informação, homenagem que só foi revelada a Matías em 29 de julho.

A seguir, Nora Gonzalez, uma das 28 autoras, dá detalhes sobre o livro; e a repórter Mariana Ribeiro fala com o aniversariante sobre a idade, o jornalismo e a homenagem.

Livro homenageia Matías Molina por seus 75 anos Por Nora Gonzalez ([email protected]) Matías Molina, o eterno e polêmico editor-chefe da Gazeta Mercantil, fez 75 anos no final de julho. Para homenageá-lo, seu filho caçula e também jornalista Maurício Martínez fez as vezes de editor e convidou no ano passado diversos profissionais que conviveram com Matías em algum momento de sua vida a escrever um capítulo cada um sobre como era o ?chêfe? ? no sotaque do próprio. Não havia mínimo nem máximo de caracteres, apenas um pedido de imparcialidade, que em raros momentos algum dos autores conseguiu cumprir.

No total, 28 pessoas participaram do projeto que culminou no livro Matías M. ? O ofício da informação, um perfil com vários autores apresentado ao homenageado no domingo 29 de julho, num lançamento informal e surpresa para ele numa pizzaria de São Paulo. Alguns profissionais declinaram do pedido ? segundo o editor, parte por falta da insistência dele, parte ainda por receio dos mordazes comentários que o texto poderia merecer do sempre crítico e detalhista Molina.

Lá estão histórias saborosas e, apesar da diversidade de autores, alguns pontos permeiam todas as narrativas: as dificuldades em entender o sotaque ibérico do sempre acelerado Molina, a insistência na precisão das informações, o detalhismo que tanto exasperava os cansados repórteres que já estavam trabalhando pra lá do Deus-me-livre, a generosidade pessoal e poucas vezes conhecida, além de frases que todos ouviram em algum momento, como ?pediu para o Centro de Informações as matérias sobre essa empresa antes de ir para a entrevista??, ou ?que livro você está lendo??, quando entrevistava um candidato, mesmo que ao cargo de trainée.

O livro não está à venda em livrarias, mas pode ser adquirido contatando diretamente Maurício ([email protected]). Nele, os que trabalharam sob a batuta de Molina reconhecerão diversas histórias e passagens daquele que, embora tímido e avesso totalmente aos holofotes, é um dos mais cultuados jornalistas de duas gerações de profissionais.   A idade, o jornalismo, a homenagem Por Mariana Ribeiro O sotaque permanece mesmo após 58 anos de Brasil.

Nascido na Espanha, Matías Molina chegou ao País aos 17 anos, acompanhado da mãe, e decidiu ficar mesmo depois que ela foi embora: ?Criei raízes aqui?. Ao refletir sobre os recém-chegados 75 anos de idade e 50 de jornalismo, afirma convicto: ?Claro que a chegada da idade nos faz parar para olhar para trás. Mas a ideia é seguir sempre trabalhando?. Sobre as mudanças no jornalismo nos últimos 50 anos, ele destaca a perda do predomínio do jornal impresso para a televisão, especialmente pelo alcance desta: ?

O jornal continua contribuindo fundamentalmente para ditar a agenda, para levar uma informação mais aprofundada?. E prossegue: ?Todos os meios de comunicação também sofreram modificações com a internet (rádio, tevê, impresso). Ela tem o poder de alcançar um número maior de pessoas, mas a informação tende a ser mais superficial. A internet é um meio. Depende de como é utilizada. Se essas mudanças são boas ou ruins? São mudanças. Ponto?. Molina aponta cultura, curiosidade, vontade de aprender e princípios sólidos como características básicas para que um jornalista se destaque como bom profissional: ?E isso não mudou desde quando eu comecei, até agora. É a base?. Sobre o livro de memórias em sua homenagem que os amigos escreveram, afirmou: ?Foi uma grande surpresa. Fiquei muito emocionado mesmo?.

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