“Um homem é invariavelmente a soma de muitos homens que nele vivem. Esta máxima, que encabeça a página principal do Ludovicus “. Instituto Câmara Cascudo (www.cascudo.org.br), define com muita propriedade quem foi Luís da Câmara Cascudo, foco desta quinta edição de Jornalistas&Cia Memória da Cultura Popular, que reproduz entrevista dele a Assis Ângelo, presidente do Instituto Memória Brasil, publicada no extinto suplemento Folhetim, da Folha de S.Paulo, em 4/1/1979. Etnógrafo, etnólogo, antropólogo, historiador, romancista, poeta e, principalmente, último grande pesquisador da cultura popular brasileira, Cascudo (1898-1986), nasceu, viveu e morreu em Natal, no Rio Grande do Norte, apesar das inúmeras oportunidades de desenvolver sua multifacetada carreira em grandes centros do País.
Considerava-se um provinciano, embora sua obra, que só de livros soma mais de 150 títulos, demonstre exatamente o contrário. O homem que Assis entrevistou por escrito, porque, já na casa dos oitenta anos? , como fazia questão de pronunciar, estava bastante surdo e tinha consciência de seu legado -Dei ao meu país uma bibliografia leal e legítima, porque não foi feita de imaginação e de livros sobre livros, mas do contato direto com o povo?. Mas era, acima de tudo, simples, cordial, brincalhão, irônico.
Sou bem-humorado porque trabalho. Se não trabalhasse, estaria perpetuamente mal-humorado…, explicou ele lá pelas tantas. Para em seguida arrematar: Depois de todas essas minhas respostas afetuosamente dadas a você, você agora vá baixar noutro terreiro…Jornalistas&Cia Memória da Cultura Popular ” O multifacetado Câmara Cascudo”.