O Oxford Internet Institute fez uma pesquisa que mostrou como sites com desinformação sobre o coronavírus conseguem usar as ferramentas de pesquisa e publicidade do Google para ganhar visualizações e dinheiro. Segundo o estudo, sites de fake news têm o mesmo nível de classificação de agências de notícias tradicionais.
A pesquisa indicou que ao menos 60% dos maiores sites de desinformação conseguem obter dinheiro através do Google Ads. As páginas analisadas falham em pelo menos três dos cinco critérios: profissionalismo, estilo, credibilidade, preconceito e falsificação.
Os resultados apontaram que o site estatal russo RT.com é o site de desinformação com maior “autoridade” nos mecanismos de busca, ou seja, a probabilidade de notícias desse site aparecerem na busca do Google é alta e equivale, por exemplo, à chance de surgirem resultados vindos de fontes confiáveis como La Repubblica da Itália, Le Figaro da França e Welt na Alemanha. O estudo analisou também os sites de fake news sputniknews.com, alternet.org, breitbart.com e zerohedge.com.
Segundo o relatório, “o ecossistema de notícias indesejadas e desinformação em torno do Covid-19 é ativado por mecanismos de pesquisa e plataformas de publicidade que contribuem para sua visibilidade e receita financeira. (…) Grandes plataformas de publicidade, incluindo Google e Amazon, contribuem, portanto, para a viabilidade financeira e o sucesso de editores de notícias falsas e com desinformação em torno da Covid-19”.