A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) questionou uma ação ajuizada pelo promotor de justiça Voltaire de Freitas Michel, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Porto Alegre, que pede indenização de R$ 200 mil do jornalista David Coimbra e da Rádio Gaúcha devido a comentários sobre o assalto em Criciúma (SC), em 1º de dezembro. O jornalista desculpou-se por ironizar o tema durante o programa Timeline.
Para o promotor, os comentários de Coimbra visaram a “enaltecer a prática criminosa supostamente sem agressão aos cidadãos, e desmerecer a ação dos policiais militares que intervieram para impedir maiores danos à pessoa e ao patrimônio”. Porém, segundo a Abraji, a ação falha em presentar evidências de que o jornalista tenha tido a intenção de enaltecer o crime e mostra-se vaga quanto ao bem público que teria sido lesado pela ironia.
A entidade escreveu que “ausência de substância na petição ajuizada pelo MP-RS, apontada pelo TJ-RS, sugere que a ação se configura em mera tentativa de intimidação contra o jornalista e a empresa na qual trabalha. A Abraji lembra que a liberdade de expressão e de imprensa também são direitos cuja defesa está sob responsabilidade do Ministério Público, e a atitude do promotor Voltaire Michel os coloca em risco”.