O Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) denunciou em comunicado as condições precárias de trabalho dos jornalistas cearenses, há três anos sem reajuste salarial, Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e outros direitos.
A entidade reitera que, sem tais direitos, os profissionais estão “descobertos”, pois seguem na linha de frente, trazendo informações sobre a Covid-19 com risco de contrair a doença. Segundo o Sindjorce, a situação é provocada “pela intransigência dos principais conglomerados de comunicação do Estado”.
O comunicado afirma que a entidade “vem tentando negociar com os patrões durante todo esse tempo, mas só recebe desculpas evasivas e nenhuma proposta concreta para restabelecer os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da mídia”. O texto destaca que Sistema Verdes Mares, Sistema Jangadeiro e Grupo O Povo, os maiores empregadores de profissionais de imprensa, cortaram pelo menos 25% dos salários durante a pandemia.
Rafael Mesquita, presidente do Sindjorce e diretor de Mobilização da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), declarou que “os jornalistas do Ceará são colocados sob risco sanitário, sobrecarga de trabalho, multifunção e ainda são obrigados a utilizar recursos próprios para manter o trabalho em casa. Ao mesmo tempo, grupos como Sistema Verdes Mares, O Povo, Cidade e Sistema Jangadeiro mentem para a sociedade, afirmando que valorizam o jornalismo profissional. Na nossa avaliação, valorizar o jornalismo é garantir trabalho decente e remuneração digna para os profissionais da área“.