Reportagem de Adriano Wilkson, do UOL, denuncia que o repórter Bernardo Lima, que se diz dono de uma webrádio em Minas Gerais, ameaçou, assediou, importunou e perseguiu jornalistas mulheres de emissoras de TV como Globo, Band e SBT. As profissionais relataram que, pelas redes sociais e telefone, Bernardo dirigiu ofensas e comentários inoportunos e recorrentes, e ameaçou publicar histórias falsas sobre elas.
Segundo a reportagem, os relatos das jornalistas ameaçadas mostram um padrão de comportamento: Bernardo entra em contato como a colega de profissão, mostra admiração pelo trabalho e insiste em se comunicar com ela até se tornar incômodo. Quando é ignorado ou bloqueado, passa a se comportar, segundo elas, como um hater e um perseguidor. As profissionais que relataram a perseguição do repórter optaram por não registrar boletins de ocorrência.
Uma das importunadas disse que Bernardo descobriu sua senha do Facebook e ameaçou publicar uma história falsa inventada por ele. Outra relevou que o repórter chegou a comentar com uma conhecida dela que gostaria de matá-la.
Há duas semanas, a repórter Lívia Laranjeira, da TV Globo, denunciou em seu Twitter uma mensagem que recebeu de Bernardo. Na ocasião, ele escreveu utilizando o perfil um veículo de comunicação que afirmava possuir:
Em 2018, o repórter admitiu ter falsificado a carteirinha da Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE). A reportagem do UOL teve acesso a uma troca de e-mails na qual Bernardo justificou a falsificação dizendo que precisava se defender pois estava “sendo vítima de difamação”. Desde então, a AMCE vem recusando todas as tentativas de credenciamento feitas por Bernardo. A entidade afirmou que recebeu diversas denúncias contra o comportamento do jornalista, mas que nada pode fazer justamente por ele não ser filiado.
Procurado pela reportagem do UOL, Bernardo afirmou por telefone em 9/2 que não se pronunciaria sobre o teor das denúncias. Procurado pelo WhatsApp, ele insistiu que não comentaria.