A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (Acerj) encaminharam cartas ao governador interino do Rio de Janeiro, Claudio Castro, pedindo que ele não aprove a proposta de mudar o nome do estádio do Maracanã, Jornalista Mário Filho, para Edson Arantes do Nascimento, nome de Pelé. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou o projeto de lei e a decisão está agora nas mãos do governador.
A ABI escreveu que, “ao mesmo tempo em que reconhece o mérito de todas as homenagens ao genial Pelé, que encantou o mundo com a sua arte, é preciso relembrar o importante papel desempenhado pelo jornalista Mário Filho, que recebeu o apelido de “criador das multidões”, para viabilizar a construção e criar todo o simbolismo que, há muitos anos, envolve este Estádio, inclusive internacionalmente. (…) Para a ABI, independentemente de questionamento jurídico quanto à legalidade de homenagear pessoas vivas, o que importa, neste momento, é não permitir mais uma mutilação no Estádio do Maracanã, com a retirada do nome do Jornalista Mário Filho”.
Já a Acerj destacou que “Mário Filho foi um profissional importante para a identidade do Rio de Janeiro, criou aqui o primeiro jornal brasileiro dedicado apenas ao esporte. Colaborou para a popularização da cobertura jornalística do futebol trocando os termos rebuscados da época por expressões mais populares e o Maracanã muito contribuiu para isto. Foi Mario Filho quem cunhou a expressão Fla-Flu, um dos mais destacados clássicos jogados no estádio. São 70 anos de aprovação popular. Por isso os cronistas esportivos do Rio de Janeiro, aqui representados por sua associação de classe – Acerj – repudiam a iniciativa da Alerj e rogam ao senhor que não aprove o projeto, por ferir a memória do jornalismo e contrariar a quase unanimidade (pois que ‘toda unanimidade é burra’, já dizia Nélson Rodrigues, irmão de Mário Filho) do pensamento do torcedor brasileiro”.
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