Ainda que o crime de feminicídio conste no Código Penal desde 2015, cresce no País o número de mulheres mortas apenas por serem mulheres. No primeiro semestre de 2020, ano do início da pandemia, foi registrado aumento de 1,9% dos crimes: foram mortas 648 brasileiras, a maioria negras e vivendo em desigualdade social.
Com o objetivo de denunciar a omissão do Estado e exigir a proteção da vida das mulheres, nasce o Levante Feminista contra o Feminicídio – frente suprapartidária lançada em 25/2, por meio da campanha Nem Pense em Me Matar, apoiada na ideia Quem mata uma mulher mata a humanidade!.
Com apoio da Fenaj, a iniciativa partiu de Vilma Reis, socióloga, referência dos movimentos negros no País, integrante da Coalizão Negra Por Direitos; Marcia Tiburi, filósofa, escritora e artista; e Tania Palma, pesquisadora e assistente social.
O Levante, que rapidamente ganhou corpo, é formado por cerca de 200 pessoas que se articulam remotamente para a construção de uma ação conjunta pela vida das mulheres. Entre elas, estão mulheres negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, das águas, das florestas, antiproibicionistas, parlamentares, dos movimentos LBTQIA+ e de outros segmentos das organizações populares e da sociedade civil.
O manifesto, tornado público em 12/3, já reúne mais de 20 mil assinaturas. A campanha, presente nas redes sociais, terá ações pontuais em cada estado, organizadas pelas mulheres que vivem e conhecem a realidade específica do feminicídio em cada lugar.
Para isso, estão sendo criados materiais de comunicação, exaltando a imagem dos girassóis amarelos, símbolo do Levante, que figura como sinal de esperança e celebração da vida. Com a hashtag #NemPenseEmMeMatar, a frente busca atingir um público amplo e disseminar a ideia de que a violência contra a mulher é um problema que afeta não só as famílias, mas a sociedade inteira.
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