Natália Leal, diretora de conteúdo da agência de fact-checking Lupa, foi anunciada na manhã da quarta-feira (26/5) como uma das ganhadoras do Prêmio Knight Internacional de Jornalismo de 2021, concedido pelo Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) por sua atuação no combate à desinformação sobre a pandemia. Ela divide o prêmio com Pavla Holcová, jornalista da República Tcheca que conduziu uma investigação sobre o assassinato de um colega de profissão em seu país. A cerimônia de entrega será online, em 9/11, no evento Tribute to Journalists 2021.
A Lupa produziu mais de 700 checagens sobre o tema desde o início da crise sanitária. Reconhecida pelo trabalho à frente da equipe de jornalismo, Natália opera a partir da checagem de fatos e da educação midiática. “Lutar contra a desinformação é, hoje, meu principal propósito como jornalista e o que me move”, disse. “Acredito profundamente no jornalismo como forma de qualificar o debate público, melhorar a sociedade e proteger a democracia. É isso que eu quero continuar fazendo e ser reconhecida por essa luta é um orgulho indescritível”.
No anúncio, o ICFJ (sigla em inglês) destacou o trabalho da jornalista e sua equipe, que “expuseram a desinformação espalhada pelo próprio governo do presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores” em 2020 e salientou também a atuação de Natália no desenvolvimento da ferramenta No epicentro, visualização de dados sobre Covid-19 criada pela Lupa em parceria com o Google News Initiative, que foi reproduzida nos Estados Unidos pelo The Washington Post.
Com cerca de 15 anos de atuação no mercado jornalístico, Natália é a terceira brasileira a ganhar a honraria: os outros dois foram a repórter, escritora e documentarista Daniela Arbex, e Marcelo Beraba, um dos fundadores da Abraji.
Joyce Barnathan, presidente do ICFJ, disse: “Essas mulheres nos mostram como o jornalismo está cumprindo duas de suas funções mais essenciais: fornecer informações que salvam vidas em face da desinformação maciça e responsabilizar funcionários do governo por meio de reportagens investigativas destemidas. Natália e Pavla enfrentaram ataques para dizer a verdade e nenhuma recuou”.
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