Vinte e três jornalistas que atuaram na cobertura do incêndio que atingiu o Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, em 27/5, em Aracaju, testaram positivo para a Covid-19. O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor/SE). A perspectiva é que esse número seja superior diante da provável existência de assintomáticos.
O levantamento apontou que a infecção do vírus atingiu repórteres de rádio, televisão, jornal impresso e portais de notícias, além de repórteres cinematográficos, fotográficos, chefes de reportagem, editores, assessores de comunicação e imprensa, e até motoristas.
O quadro de infectados vai desde profissionais de empresas de comunicação pública e privadas, com atuação, em especial, na capital sergipana. O Sindijor e a Fenaj decidiram por preservar a identidade deles.
O caso chamou atenção para a exposição dos jornalistas que não deixaram de trabalhar desde o início da pandemia, bem como a necessidade de inclusão da categoria no calendário de vacinação contra o vírus. Esses dados fazem parte do dossiê criado pela entidade sindical desde 14/3/2020, quando o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Saúde, registrou oficialmente o primeiro caso da doença.
Milton Alves Júnior, presidente do Sindijor/SE disse que “desde o início deste ano temos chamado a atenção dos gestores estaduais e dos parlamentares sergipanos com atuação em Brasília para a inclusão dos jornalistas no Plano Nacional de Imunização (PNI), e ao próprio plano estadual. Estamos, seja nas atividades externas e/ou nas redações e assessorias de imprensa, diariamente expostos ao risco da contaminação. Esse número referente ao trabalho desenvolvido no Nestor Piva mostra na prática o real nível de vulnerabilidade que enfrentamos”.
No decreto de número 10.288/2020, o Governo Federal definiu como essenciais as atividades e serviços relacionados à imprensa.
Hoje Sergipe tem mais de 2.000 jornalistas profissionais, sendo que desse total pouco mais de 1.400 atuam diariamente na atividade-fim. Fora da modalidade home office, menos de 350 seguem atuando em atividades externas. Desde o início da pandemia, 240 profissionais testaram positivo para a Covid-19 e cinco morreram.