Há mais ou menos 25 anos, fazer uma jornada esportiva era muito diferente dos dias de hoje. Eu, na época repórter da Rádio Excelsior da Bahia, viajava com o considerado melhor locutor esportivo da Bahia, Nilton Nogueira (o clássico da Bahia que o Brasil consagrou), para um jogo do Bahia contra o Guarani, em Campinas (SP).
Nessa época, as jornadas em rádio começavam às 14h e os jogos, às 17h, portanto, três horas de preparação para o jogo de informações do repórter. Detalhe: Não viajava o comentarista, o repórter tinha que se virar sozinho; não tínhamos celular e basicamente, antes do jogo, o repórter tinha que estar muito bem informado.
Pois bem, ao chegar ao estádio me dei conta que tinha esquecido a minha agenda com todas as informações de uma semana de pesquisa e de preparação para aquele jogo. Resultado: o narrador não seguraria a jornada nem dois minutos. Tive que usar a memória para lembrar de alguns detalhes, algumas informações. A tarde não passava… fiquei desesperado, repetindo as notícias que lembrava. Pedi emprestado aos colegas baianos papel e caneta e foi uma tarde trágica, para nunca mais lembrar. Mas valeu a experiência, que me deu cancha pra me firmar cada vez mais na profissão.
Dito Lopes foi jogador profissional dos 14 aos 22 anos na Bahia, tendo passado por Botafogo, Vitória, Galicia e Ypiranga. Era zagueiro. Depois, tornou-se repórter e hoje é presidente da Associação Baiana de Cronistas Esportivos (ABCD).
O Portal dos Jornalistas traz neste espaço histórias de colegas da imprensa esportiva em preparação ao Prêmio Os +Admirados da Imprensa Esportiva, que será realizado em parceria com 2 Toques e Live Sports, no segundo semestre.