A CNN Brasil anunciou na sexta-feira passada (24/9) a rescisão do contrato de Alexandre Garcia após ele voltar a defender o uso de remédios ineficazes contra a Covid-19, no quadro Liberdade de Opinião, enquanto comentava denúncias contra a operadora de saúde Prevent Senior.

“Os tais remédios sem eficácia comprovada salvaram milhares de vidas sendo aplicados imediatamente, mesmo antes do resultado do teste”, disse Garcia. “É na fase 1; na fase 2, às vezes evitam hospitalizações. Na fase 1 sempre evitam hospitalizações, sempre evitam sofrimento”. Depois da participação do comentarista no quadro, a apresentadora Elisa Veeck desmentiu Garcia.

“A CNN ressalta que não existe um tratamento precoce comprovado cientificamente para prevenir a Covid-19″, disse Veeck. “O que a ciência mostra é que a prevenção, com o uso de máscaras e a vacinação, são as únicas maneiras de combater a pandemia”. A apresentadora destacou também que a opinião dos comentaristas não necessariamente reflete a posição da emissora.

Na noite do mesmo dia, a CNN anunciou a demissão do comentarista, afirmando que o Liberdade de Opinião continuará na grade: “A decisão foi tomada após o comentarista reiterar a defesa do tratamento precoce contra a Covid-19 com o uso de medicamentos sem eficácia comprovada”, diz a emissora, que também reforçou “seu compromisso com os fatos e a pluralidade de opiniões, pilares da democracia e do bom jornalismo”.

Vale lembrar que, em agosto, a CNN também precisou desmentir Garcia. Na ocasião, ele havia dito que jovens não precisariam tomar a vacina contra a Covid-19.

No domingo (26/9), Garcia comentou sobre a demissão em seu canal no YouTube. Após ler a nota de rescisão de seu contrato, ficou em silêncio por alguns segundos e disse “pois é” para a câmera.

“Pensem com a sua cabeça, não aluguem a sua cabeça, não deixem que seu cérebro seja abduzido, não permitam que professores façam uma lavagem cerebral em você, não permita que o medo dos seus colegas faça com que você se encolha”, disse. “Você pode até me contrariar, é o normal. O que não pode ser normal é que a pessoa seja um rebanho, acéfalo, sem pensamento”.

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