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domingo, novembro 24, 2024

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 Memórias da Redação “O aniversário do Frio”

Renato Lombardi (foto), comentarista para os assuntos de segurança e Justiça da TV Record, ajudou-nos a recompor nosso estoque e enviou a história desta semana. O aniversário do Frio.

Numa redação – seja de jornal, rádio, tevê, revista – existem histórias em que muitas vezes as pessoas custam a acreditar. Mas elas acontecem. Na redação do Estadão uma das figuras mais conhecidas, de quem  todos gostavam, era o saudoso Walmir Venturini, que fora apelidado de Frio. E por quê Frio?. Ela trabalhava na revisão – é, os jornais tinham revisores prá lá de competentes, que cansavam de salvar com suas correções repórteres e redatores. Por terminar seu trabalho de madrugada, Walmir vivia de casaco de lã e cachecol. E depois de alguns anos foi chamado para ajudar no fechamento da primeira página do Estadão. E chegava sempre com seu casaco e cachecol.

Teve uma época em que, para comemorar o aniversário de determinados colegas, adotamos o chamado telegrama animado. E quando eu soube que o Frio faria aniversário em uma semana sai pela redação, juntei dinheiro e decidimos chamar uma garota que viesse apenas de calcinha e soutien, vestindo um casaco. Era para agradar o nosso aniversariante, que vivia fazendo elogios a algumas mulheres da redação. Para uma delas, repórter, ele sempre dizia “com todo o respeito, você ainda bate um bolão”. Ela nem se importava, olhava para ele e piscava.

Contato feito, acertamos o preço e marcamos para que ela chegasse uma hora antes e trocasse de roupas na sala de reunião de pauta, ao lado da Diretoria de Redação. Como de costume, Frio chegou lá pelas três. Ele, que fumava feito uma chaminé, foi direto para o corredor onde havia uma máquina de café e o lugar para fumar. A moça, uma bela morena, cabelos pretos, corpo bem feito, chegou no horário marcado e foi se trocar. Os colegas, avisados, foram para o meio da redação, onde ficavam o querido Dudu – que nos deixou prematuramente – e o chefe da Diagramação, Gelulfo Gonçalves, o Gegê.

Fui até a sala. Ela já se trocara. Calcinha e soutien pretos. Prá lá de sensual. Nós tínhamos comprado um bolo para levar ao meio da redação. Disse para a moça que quando déssemos o aviso ela deveria sair da sala e gritar “onde está o meu querido Walmir?.

Onde está o meu querido Frio?

E não deu outra. Assim que conseguimos juntar todas as pessoas – mais de 30 –, e com Walmir ao lado do bolo, a moça apareceu e depois de gritar pelo nome dele começou a caminhar na direção dele.

Uma abertura foi feita entre os colegas e a moça foi se aproximando. Assim que chegou, cumprimentou-o pelo aniversário, deu alguns beijos no rosto de Walmir, deixando marcas de baton, e disse que se tratava de um presente de seus colegas da redação. Em seguida ficou bem em frente ao aniversariante e abriu o casaco mostrando seu corpo e deixando Walmir com o rosto vermelho.

Todos bateram palmas e depois de alguns segundos ela deu meia volta e saiu.

Olhando para a jovem saindo apressada o nosso Frio soltou essa pérola.

– Eu já fui bom nisso!!!!

E deu em seguida a primeira mordida no seu pedaço de bolo.

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