Jayme Brener lança nesta quinta-feira (17/3) a biografia Henry Sobel – O Rabino do Brasil, sobre a vida do rabino Henry Sobel, incluindo bastidores de sua vida, virtudes, tropeços e depoimentos de personalidades que conviveram com ele. A obra será lançada na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista, em São Paulo, a partir das 19 horas.
Brener, que era conselheiro de Sobel, autor de outros quatro livros sobre o rabino, colheu depoimentos de pessoas que conviveram com ele, incluindo as que questionam se foi de fato Sobel que, conseguiu que o enterro de Vladimir Herzog não acontecesse na ala reservada aos suicidas mas, sim, no centro do Cemitério Israelita do Butantã.
“O suicídio para o judaísmo é uma vergonha, eles eram enterrados nos muros dos cemitérios. A versão oficial da ditadura é que Herzog tinha se matado. Sobel se recusou a endossar essa versão por considerar que não houve suicídio”, explicou Brener em conversa com a Folha de S.Paulo. No livro, o autor traz versões diferentes sobre o assunto, e se foi realmente ele o responsável e se tinha autoridade para tal.
Na obra, faz reflexões sobre a imagem do rabino no mundo não judaico: “Sobel virou o judeu oficial do Brasil. As pessoas achavam que ele representava a comunidade judaica, mas não. Às vezes, tomava atitudes que deixavam a liderança judaica furiosa. (…) Ele tinha uma dimensão um pouco profética do seu papel. Achava que tinha que pôr o dedo no nariz dos poderosos e assumia causas justas”.
O livro traz depoimentos de personalidades como Fernando Henrique Cardoso, Celso Lafer, Celso Amorim, Juca Kfouri e Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog. A obra faz parte do Projeto Henry Sobel, História e Memória, que lançará um documentário sobre o rabino, com roteiro de Fernando Navarro e direção de Sérgio Gag.
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