A Gênero e Número em parceria com a Repórteres Sem Fronteiras divulgaram em 26/4 o relatório online O impacto da desinformação e da violência política na internet contra jornalistas, comunicadoras e lgbt+. Buscando investigar como a desinformação e a violência contra profissionais da imprensa têm repercutido no dia a dia do trabalho, o relatório é resultado da pesquisa online realizada de 9/8 a 6/9 do ano passado, e que contou com a participação de 237 comunicadores.
Dividido em três eixos, sendo eles: Desinformação, Violência Online e Proteção e Plataformas, mais de 90% dos jornalistas participantes da pesquisa avaliaram que a desinformação tem causado uma perda de confiança na imprensa por parte da sociedade.
Os dados apontam que 8 em cada 10 profissionais de mídia já mudaram seus comportamentos nas redes sociais nos últimos anos para se proteger de ataques, mais de 50% afirmaram que a proliferação de ataques nas redes contra a imprensa impactou sua rotina profissional e 15% relataram ter desenvolvido algum tipo de problema de saúde mental em decorrência dos ataques sofridos.
Ainda segundo o levantamento, 50% afirmaram já terem sofrido algum tipo de violência online devido a profissão, sendo sua maioria do gênero feminino (41,9%). Entre aquelas que afirmaram já terem presenciado alguma situação desse tipo com outra pessoa, esse número sobe para 81,4%, dos quais 67,4% são mulheres. 50,7% das profissionais afirmaram já terem sofrido ataques misóginos ou com conotação sexual.
Para Natália Leão, diretora de dados da Gênero e Número e responsável pela metodologia da pesquisa, mulheres e LGBTs alteraram hábitos e formas de fazer seu trabalho numa tentativa de menos exposição.
“É alta a percepção de insegurança, e para a maioria dos respondentes o Governo Bolsonaro acirrou o fenômeno da desinformação no Brasil, afetando a rotina de trabalho, a saúde e a vida pessoal dos jornalistas”, disse.
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