Segundo informações de Kalleo Coura, do JOTA, Leonardo Attuch, fundador do Brasil 247, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 15 mil a Filipe Garcia Martins, assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro, por chamá-lo de “nazista” e “nazistinha” no Twitter. A decisão é do juiz Rodrigo Aparecido Bueno de Godoy, da 2ª Vara Cível de Cotia (SP), que também determinou a exclusão dos tuítes sob pena de multa diária de R$ 500.
Em março do ano passado, durante sessão do Senado Federal, Filipe Martins foi filmado fazendo um gesto com as mãos que foi entendido pelo Ministério Público Federal (MPF) como racista por simbolizar “orgulho da supremacia branca”. Ele foi denunciado pelo crime de racismo. Porém, o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, absolveu Martins em primeira instância. O caso será julgado pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Attuch afirmou que recebeu a notícia da condenação com naturalidade e que vai recorrer, “até porque várias entidades judaicas já o associaram ao nazismo”. Os advogados do jornalista afirmaram que os posts em questão estão incluídos no direito de manifestação de pensamento e informação da imprensa, criticando fatos envolvendo uma pessoa pública.
Porém, para o juiz Rodrigo Aparecido Bueno de Godoy, apesar de Attuch ter o direito de expor seu pensamento e opinião como jornalista, “as respectivas prerrogativas não são passaportes para o tornar imune de responsabilidade”. Segundo a decisão, nos tuítes de Attuch “não há informação qualquer, mas adjetivação e ofensa gratuita, pois, com efeito, não se prestam a ‘informar’ o leitor, ou ‘criticar’ uma pessoa pública em razão das suas funções, mas apenas revelam um fato difamatório ao requerente permeado com uma certa dose de ódio”.
No mês passado, Barbara Gancia também foi condenada a indenizar Filipe Martins por chamá-lo de “supremacista” no Twitter. A defesa da jornalista recorreu da decisão.