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sábado, novembro 23, 2024

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Abraji condena prisão de repórter no Rio de Janeiro

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo distribuiu nota condenando a prisão do repórter Bruno Amorim, de O Globo, durante cobertura de reintegração de posse no Rio de Janeiro nesta 6ª.feira (11/4). Bruno registrava imagens da ação da PM no terreno que ficou conhecido como Favela da Telerj quando foi imobilizado com uma chave de braço e teve os óculos arrancados por um policial sem identificação. O repórter foi levado a uma delegacia e teve o celular apreendido por mais de uma hora. Segundo a entidade, a polícia do Rio de Janeiro já havia ameaçado jornalistas no começo da reintegração de posse, no fim da madrugada de hoje. Outro repórter de O Globo, Leonardo Barros, foi ameaçado com voz de prisão caso não “corresse” dali. Ao mesmo tempo, manifestantes que resistiam à desocupação atacaram veículos de TV Globo, SBT e Record. Na nota, a Abraji alertou que, “ao prender Bruno Amorim e ameaçar com prisão outros repórteres, a PM do Rio presta um desserviço. Ao depredar automóveis dos meios de comunicação, manifestantes se unem à polícia no ataque ao direito à informação de toda a sociedade”.  O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro também distribuiu, na tarde desta 6a.feira, nota de repúdio à violência cometida contra Amorim: O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro cobra do governo, das autoridades da Segurança Pública e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, assim como do Ministério da Justiça, providências imediatas para garantir a devida e rigorosa apuração dos desvios de conduta policial ocorridos na operação militar realizada na manhã desta sexta-feira (11/4) na Favela da Telerj, no Engenho Novo, Zona Norte da cidade. Manifestamos absoluto repúdio às violações aos direitos humanos e à democracia que foram perpetradas pela Polícia Militar na operação. Entre os presos e feridos, o repórter Bruno Amorim, do jornal O Globo, foi rendido com uma chave de braço por PMs, que arrancaram os seus óculos, apreenderam o seu celular, filmaram o seu rosto e o levaram preso para a 25ª DP (Rocha), de onde foi liberado horas depois. ?? Outros jornalistas também foram ameaçados, agredidos e alvos de bombas lançadas de um helicóptero por policiais militares. Carros de imprensa foram incendiados por manifestantes, em atitude que também repudiamos. Tratou-se, de acordo com os relatos, da mais violenta ação conjunta da PM de censura e repressão voltada contra jornalistas. Ficou claro que o cerceamento ao nosso exercício profissional teve o notório propósito de impedir o registro das violações de direitos humanos praticadas pela PM na operação de retirada da população da favela. Em defesa dos interesses coletivos e individuais da nossa categoria, o Sindicato exige ainda que o governo e as autoridades de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro garantam o fim dessa política de perseguições e ataques de policiais militares contra os jornalistas. Estudamos as medidas cabíveis para responsabilizar o Estado não só pelos abusos verificados nesta manhã, como também pelo sistemático cerceamento que a nossa profissão tem sofrido historicamente por meio de intimidação e violência armada. ?? Essa realidade pode ser comprovada no relatório que produzimos sobre os casos de agressão contra 49 jornalistas ocorridos entre maio e outubro de 2013. Do total de casos, mais de 70% foram de autoria de PMs. A denúncia foi levada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), em audiência temática sobre a violência nas manifestações no Brasil. ?? Por fim, conclamamos as organizações locais e internacionais de direitos humanos a pressionar o Estado para a adoção de uma política de segurança pública que não represente ameaça à vida, à liberdade de expressão e aos direitos humanos de modo geral, mas que seja capaz de garantir e promover esses valores. Não existe democracia sem jornalismo. Não existe jornalismo sem liberdade.   Leia mais + Força Nacional treina jornalistas para atuarem em movimentos populares + Abraji atualiza levantamento e conta 163 violações a jornalistas em protestos + Segue escalada de violência contra profissionais de jornalismo

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