O presidente-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), jornalista Marcelo Rech, defendeu nesta quarta-feira (28/9) um acordo global contra a desinformação e em apoio ao jornalismo ético, independente e profissional.
A defesa foi feita durante o painel sobre liberdade de imprensa no 73º Congresso Mundial de Jornais, promovido pela Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA, na sigla em inglês) e realizado em Saragoça (Espanha), logo depois da entrega do Golden Pen of Freedom 2022, com a presença do Rei Felipe VI da Espanha.
Segundo Rech, a proposta se deve à disseminação das desinformações e das bolhas de ódio, que ameaçam a estabilidade política, econômica e social em escala mundial. “Da mesma forma que o mundo se organiza em torno de um acordo global contra as mudanças climáticas, devemos estimular a Organização das Nações Unidas (ONU) a liderar um esforço para um acordo que garanta a estabilidade mundial”, disse o presidente da ANJ. “Se houvesse uma imprensa livre, independente e forte na Rússia, por exemplo, seria quase impossível lançar e manter a agressão à Ucrânia, e não se discutiria o absurdo de uma potencial guerra nuclear”.
Também participaram do debate Joanna Krawczyk, presidente da Fundação Gazeta Wyborcza, da Polônia; Ritu Kapur, cofundadora e CEO do The Quint, da Índia; e Joan Chirwa, fundadora da Free Press Initiative, Zâmbia, e CEO da The Mast, uma agência de notícias online, com sede em Lusaka. A mediação foi feita pelo jornalista Javier Garza Ramos, consultor de segurança e membro do conselho do Fórum Mundial de Editores (WEF).
O 73º Congresso Mundial de Jornais começou hoje e vai até sexta-feira (30). O tópico central do congresso deste ano são as estratégias para aproximar as organizações jornalísticas do público que não vê motivos para investir em jornalismo profissional.
Outros temas de interesse também serão discutidos, como quais são as prioridades do jornalismo e do noticiário para aumentar a audiência, como promover qualidade com recursos limitados, a editora do futuro, como se preparar para crises futuras, ou a chegada de novas ferramentas como inteligência artificial e metaverso, entre outros. Realizado desde 1948, o congresso tem mais de mil participantes de 80 países confirmados depois de dois anos suspenso pela pandemia.