Mais de dez entidades de apoio ao jornalismo e à democracia publicaram na manhã desta segunda-feira (24/10) nota conjunta condenando a postura da Jovem Pan durante as últimas semanas de campanha eleitoral.

A emissora vem sofrendo uma série de sanções impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que considerou que, além de tratar os presidenciáveis de forma desigual, estaria reproduzindo desinformações e notícias falsas contra o ex-presidente e candidato pelo PT, Luís Inácio Lula da Silva.

Vale lembrar que a legislação brasileira prevê que candidatos não podem ser tratados de forma desigual por empresas com concessão pública, como é o caso da Jovem Pan, que além do canal na TV a cabo e no YouTube tem sua origem no rádio.

“Para nós, causa consternação o caminho seguido por um grande veículo, como a Jovem Pan, que utiliza uma outorga de rádio e outras plataformas de conteúdo para propagar produtos da indústria da desinformação, que não têm origem certa, apuração verificável ou qualquer referencial nos princípios básicos do bom jornalismo e, no fundo, buscam destruir a credibilidade das instituições democráticas”, afirma a nota.

Nas redes sociais e nos bastidores, a Jovem Pan e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro vêm denunciando o caso como se fosse censura, o que incomodou as entidades, historicamente reconhecidas por lutarem contra esse tipo de situação. “Lamentamos que, neste momento, esse conceito esteja sendo usado de forma tão deturpada por veículos de comunicação, principalmente concessionários públicos, na tentativa de levarem à frente uma espécie de vitimismo tacanho e obterem licença para continuarem a mentir, difamar e avariar os pilares do regime democrático”, completou o artigo.

Assinam o documento entidades de classe, como Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor/PA), e da sociedade civil, entre elas Instituto Vladimir Herzog, Intervozes, Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Observatório da Ética Jornalística (Objethos), Diracom (Direito à Comunicação e Democracia), Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), International Center for Information Ethics, Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e Artigo 19.

Confira a íntegra.

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