Profissionais de imprensa foram atacados e agredidos durante a cobertura dos atos golpistas e de vandalismo ocorridos nesse domingo (8/1), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Segundo o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJPDF), ao menos 15 profissionais foram agredidos.

Relatos enviados ao Sindicato indicam diversos tipos de ataques a profissionais de O Tempo, Jovem Pan, Band, Metrópoles, Folha de S.Paulo, Poder 360, além de veículos internacionais como Agência France Presse, Reuters, revista New Yorker e Washington Post. As agressões incluem ataques físicos, socos, chutes, furto de celulares e equipamentos, e em casos extremos ameaças à mão armada, dentro do Congresso Nacional e da região da Esplanada dos Ministérios.

Marina Dias, ex-correspondente da Folha nos EUA e uma das agredidas, relatou o ocorrido em seu Twitter: “Fui cercada, chutada, empurrada, xingada. Quebraram meus óculos, puxaram meu cabelo, tentaram pegar meu celular. É preciso punir essas pessoas. Isso é crime”.

O repórter fotográfico Pedro Ladeira, também agredido, teve seu equipamento furtado: “Enquanto me agrediam, diziam que eles estavam lá para tomar o Brasil, e que eu estava ali para ‘foder com eles’, porque eu era fotógrafo”, disse à Folha.

Um dos casos mais graves ocorreu com um repórter do jornal O Tempo, agredido e ameaçado com armas de fogo no Congresso Nacional: “O profissional chegou a ser mantido em cárcere por cerca de 30 minutos”, escreveu o jornal no Twitter. “Teve celular e mochila tomados, alguns itens roubados, levou tapa na cara, chute, socos, e foi ameaçado de morte com arma de fogo”.

Entidades defensoras da democracia e da liberdade de imprensa repudiaram as agressões. O SJPDF escreveu em nota que o ocorrido é fruto da “inoperância do Governo do Distrito Federal, de setores da segurança pública e Forças Armadas, que permitiram a escalada da violência e se mostraram coniventes com os grupos bolsonaristas, golpistas, que não respeitam o resultado das eleições, a Constituição e a democracia”.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) escreveu que a “liberdade de imprensa é inerente ao Estado democrático de direto, que não pode tolerar ou conviver com a baderna ou o vandalismo”.

A Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) repudiou as agressões, destacando os crescentes ataques a jornalistas nos últimos anos: “Os jornalistas brasileiros, no exercício de seu trabalho profissional, têm sido vítimas de intimidações e agressões por membros e apoiadores desse grupo político violento e antidemocrático. São centenas os casos registrados nos últimos anos, quase uma dezena apenas na primeira semana desse ano”.

Também repudiaram o ocorrido Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner).

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