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terça-feira, novembro 26, 2024

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Gilberto Scofield Jr. saiu de O Globo depois de 16 anos de casa

Gilberto Scofield Jr. saiu de O Globo depois de 16 anos de casa. Foi substituído interinamente, como editor de Rio, por Rolland Gianotti. Scofield entrou para O Globo em 1998. Em 2004, deixou a editoria de Economia para ser correspondente na China, depois de passar um ano aprendendo mandarim. Ali ficou por quatro anos e escreveu o livro Um brasileiro na China – O olhar de um jornalista estrangeiro sobre o país que mais cresce no mundo (O Globo Livros/Ediouro, 2007). De lá seguiu para Washington, também como correspondente. Apesar do bom trabalho, voltou ao Brasil por motivos pessoais no final do contrato, foi alocado na sucursal do jornal em São Paulo e voltou às lides diárias. Em janeiro de 2013 foi transferido para a sede do jornal, como editor de Rio. Gianotti, o sucessor interino, ganhou o Esso principal em 1998 com equipe do Globo e, na mesma época, um Prêmio CNT. Ele está na Rio desde 1997, vindo do Jornal do Brasil. Editor-adjunto até a semana passada, estava emprestado ao Esporte durante a Copa, respondendo pela seção A Copa no Brasil, temporária, criada para cobrir tudo o que não se refere aos jogos (como as manifestações), em qualquer cidade. Rodrigo Taves o substitui até o final do evento, quando retorna para País, sua editoria de origem. Sobre o novo posto, Gianotti comenta: “Estou tentando tocar o barco com a competência com que Gilberto tocava. E muito grato por ter recebido, ainda que interinamente, a confiança para comandar uma equipe grande, em uma editoria muito sensível”   Estopim teria sido discussão por e-mail Certa vez – e lá se vai quase uma década –, em reunião de Jornalistas&Cia com o então diretor de Redação de O Globo Rodolfo Fernandes (já falecido), ao indagarmos sobre questões como o custo do papel e outros problemas do impresso ele olhou em volta, no ir e vir da redação, e comentou: “Meu maior problema é administrar os egos”. Era considerado também um bom administrador de talentos. Hoje os tempos são outros, e é preciso pulso firme para fazer uma transição peculiar, ainda que gradativa, do analógico para o digital, como sinalizam as mudanças recentes no sistema de trabalho e as contratações para essa área. Ao enfrentar esse desafio, o diretor de Redação Ascânio Seleme ganhou fama, entre seus comandados, de ser linha dura. Comenta-se, nos bastidores, que o estopim da demissão de Gilberto teria sido uma discussão por e-mail, compartilhada por todos, incluindo a direção. O motivo: nesta 2ª feira (30/6), a crítica diária do jornal – feita pelos editores executivos e distribuída internamente – apontou a falta de chamadas, no impresso, para os links de vídeo em duas matérias de domingo. No comunicado da demissão aos amigos, via rede social, Scofield mencionou que a saída se deu “aparentemente por certa incompatibilidade entre o que a direção quer de um jornalista e os limites daquilo que ele pode oferecer, entre aquilo que um profissional tem de convicções pessoais e aquilo que uma empresa interpreta como liberdade de expressão de seus subordinados. Entendo movimentos como esse em anos de grandes eventos e disputas eleitorais, especialmente para cargos de confiança como era o meu”. A falar ao Portal dos Jornalistas, ele preferiu não comentar os motivos, mas apenas como se sente: “A primeira demissão a gente nunca esquece. Sinto um misto de tristeza pelo que podia ter feito, e um pouco de alívio, porque a corda estava muito esticada”.

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