Após 22 anos no Grupo RBS, período em que se destacou principalmente pela sua atuação na Rádio Gaúcha, Cid Martins anunciou na última sexta-feira (15/9) sua despedida da casa. Nesta terça-feira (19) ele toma posse e já na quinta-feira (21) passa a integrar o time da assessoria de imprensa do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

“Depois de 22 anos eu precisava dar uma desacelerada, não necessariamente de trabalho, mas na minha rotina. Ter um sábado e um domingo para curtir com minha família era um desejo antigo que finalmente poderei realizar”, explicou o jornalista em entrevista a este Portal dos Jornalistas.

“Estou muito feliz com a decisão, mas confesso que não está sendo fácil”, acrescenta. “Foram muitas homenagens que recebi dos colegas, inclusive na programação ao vivo. O próprio Antonio Carlos Macedo, que anunciou minha chegada em 2001, fez questão de prestar uma nova homenagem para comunicar agora a minha saída. Na Zero Hora, fizeram uma capa fictícia em minha homenagem e na redação, além de um cartão enorme com várias assinaturas, teve o momento mais sublime, quando fui aplaudido por um minuto pela redação, que fez fila para me abraçar. Fiquei feliz demais com isso, e não por uma questão de ego, mas sim pela gratidão que sempre terei por esses 22 anos”.

Cid Martins (Reprodução/YouTube)

Além do trabalho na Rádio Gaúcha, Cid foi um dos primeiros integrantes do Grupo de Investigação (GDI) do Grupo RBS, e colaborava frequentemente com GZH e Zero Hora. Antes, também trabalhou na rádio Bandeirantes, foi apresentador da TV Band e passou pelo Jornal do Comércio.

Os olhos do “Seu Aelson”

Quando Cid ainda estava na faculdade, em 1994, seu pai, Aelson Martins, ficou cego. O que seria um baque para a família se transformou em missão de vida para Cid e o ligou diretamente ao meio que lhe consagrou ao longo de sua carreira. “Desde então, prometi que não largaria o rádio, pois é a forma que encontrei para que meu pai me veja um pouco a cada dia. Ele é o meu melhor ouvinte”, contou em entrevista ao Coletiva.net publicada em 2013.

E o trabalho trouxe resultados expressivos. Com algumas dezenas de premiações e reconhecimentos conquistadas ao longo de sua carreira, Cid é hoje o +Premiado Jornalista da História do Brasil a atuar nesta plataforma, o primeiro colocado geral na Região Sul e o terceiro entre todos os jornalistas brasileiros, atrás apenas de Eliane Brum e Miriam Leitão, respectivamente 1ª e 2ª colocadas. Em número totais de prêmios, ninguém levantou mais troféus na história do que ele.

Curiosamente, é também o jornalista que mais venceu o Prêmio MP-RS de Jornalismo, tradicional reconhecimento promovido pelo órgão a qual ele passa a representar, com 15 conquistas em primeiro lugar e tantas outras em 2ª e 3ª colocações. “Ainda tenho algumas matérias publicadas que irei inscrever em outras premiações, mas por motivos óbvios, não concorrerão mais ao MP-RS”, brinca.

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