O promotor Fabiano Augusto Petean solicitou à Justiça Eleitoral investigação contra Artur Rodrigues, da Folha de S.Paulo e Joaquim de Carvalho, do site Brasil 247, responsáveis por entrevistar o cinegrafista Marcos Andrade, da Jovem Pan, que registrou o tiroteio realizado durante a campanha do governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, em 2022. Na época, o profissional revelou que a equipe do político pediu que o vídeo fosse apagado. A informação foi publicada na Folha em 6 de dezembro.
No segundo turno da eleição, Andrade registrou o tiroteio envolvendo a polícia em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, que resultou na morte de um homem enquanto Tarcísio fazia campanha no local. Na ocasião, um áudio divulgado pela Folha mostra o momento em que um membro da equipe do governador o orienta a deletar o registro.
Marcos relatou ao veículo que considerou o pedido estranho, optando por manter as gravações. Além do inquérito sobre homicídio, o caso foi levado à Justiça Eleitoral para definir se Tarcísio havia cometido crime previsto artigo do Código Eleitoral que trata da divulgação, na campanha, de desinformações “capazes de exercer influência perante o eleitorado”.
Em 4/12, o promotor eleitoral solicitou o arquivamento da investigação em relação a Tarcísio. No mesmo documento, pede a investigação dos jornalistas Artur Rodrigues e Joaquim de Carvalho sob suspeita de “feitura de matérias que contém conteúdo inverídico”.
Nele, também é sugerido que sejam feitos interrogatórios com os diretores que autorizaram a divulgação das matérias. Segundo depoimento do cinegrafista no inquérito, ele nunca disse que o episódio de tiroteio fosse uma “uma farsa da campanha eleitoral de Tarcísio”. As reportagens da Folha também não continham essa afirmação. De acordo com o veículo, tanto o repórter quanto a Folha não foram notificados da medida.
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