Levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), feito a pedido da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), mostrou que cerca de 10,4 mil jornalistas foram demitidos em 2023, em comparação aos mais de 9,5 mil profissionais contratados.
O cargo que teve mais demissões foi o de editor, com 2.135 desligamentos, seguido por jornalista (1.942), e repórter (1.095). Em contrapartida, os único cargos que não tiveram saldo negativo na somatória entre profissionais contratados e demitidos foram de repórter de rádio e televisão e designer gráfico. O levantamento mostra também os meses nos quais ocorreram o maior número de demissões em 2023: Março (1.104), abril (943) e maio (915).
O maior número de contratações anuais ocorreu em São Paulo (2.988), seguido por Rio de Janeiro (915), Minas Gerais (740), Rio Grande do Sul (677) e Paraná (650). Apesar disso, estes cinco estados apresentaram saldo negativo, ou seja, tiveram mais demissões do que contratações. São Paulo, especificamente, teve saldo negativo de 510 postos de trabalho, do total de 883 perdidos no Brasil inteiro em 2023, somando-se contratações e demissões de jornalistas.
Para a Samira de Castro, presidenta da Fenaj, os dados do levantamento mostram o declínio do mercado formal para jornalistas no Brasil: “Entre 2013 e 2021, o mercado de trabalho com carteira assinada no jornalismo encolheu 21,3%. Em números absolutos, perdemos 12.999 vagas. Isso, num país em que 2.712 cidades e 26,7 milhões de brasileiros que nelas habitam não têm acesso a notícias sobre o lugar onde vivem”.
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