Carlos Alberto Júnior – ex-Gazeta Mercantil, Agência O Globo, Época, Correio Braziliense e TV Brasil, e que nos últimos anos vem se dedicando a dirigir roteiros de documentários para televisão – está fazendo uma campanha na internet para viabilizar a produção de um livro-reportagem sobre ex-guerrilheiros sul-americanos. A ideia, segundo ele, surgiu durante pesquisa para um projeto de documentário relacionado a movimentos de esquerda no Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Carlos Alberto explica que as leituras o levaram à Junta Coordenadora Revolucionária, uma aliança entre grupos guerrilheiros de esquerda sul-americanos para financiar e organizar operações conjuntas de combate às ditaduras nos países do Cone Sul. A Junta era formada pelo Movimiento de Izquierda Revolucionaria, do Chile; o Ejército Revolucionario del Pueblo, da Argentina; o Ejército de Liberación Nacional, da Bolívia; e o Movimiento de Liberación Nacional – Tupamaros, do Uruguai. Os grupos foram dizimados pelas ditaduras. Muitos dos integrantes acabaram presos, torturados e mortos. A primeira fase do projeto foi resgatar a trajetória de três personagens que contribuíram para a luta contra os regimes militares em seus respectivos países. No Paraguai, o advogado Martín Almada, preso pela ditadura de Alfredo Stroessner na década de 1970. O segundo, Loyola Guzmán, boliviano que integrou o grupo de guerrilheiros liderados por Che Guevara em 1967. E na Venezuela, Douglas Bravo, ex-guerrilheiro e ex-líder das Forças Armadas de Libertação Nacional, grupo guerrilheiro que atuou no país na década de 1970. “Almada, Guzmán e Bravo representam capítulos importantes na história da América Latina, por isso a produção de um livro-reportagem sobre suas trajetórias torna relevante o projeto de resgate da memória da luta contra as ditaduras que se impuseram nos países do Cone Sul nas décadas de 1960 e 1970”, explica Carlos Alberto. Ele diz ainda que pouco se publica sobre a América do Sul na imprensa brasileira. Nos livros didáticos, complementa, o espaço dedicado ao assunto também é insuficiente para mostrar a importância das nações vizinhas para o Brasil. Para viabilizar o trabalho, ele criou uma página no Facebook, onde conta detalhes do projeto, um pouco da história dos personagens e dos países e exibe fotos e vídeos. Carlos Alberto explica que as entrevistas com os três personagens são apenas parte do trabalho, e que a pesquisa para o livro em si é bem mais ampla, e exigirá um mergulho na história da América Latina. A intenção dele é utilizar o material no documentário que pretende fazer sobre o tema. Falta um pouco mais de um mês para o final da arrecadação da campanha. Até o momento, 180 pessoas fizeram doações, no valor de R$ 19.080, o equivalente a 33% da meta. As informações para quem ainda quiser doar estão na página Os últimos guerrilheiros da plataforma Kickante.