Em tempos conturbados de delações premiadas e conduções coercitivas – sobre as quais o cidadão comum não tem qualquer ingerência, mas percebe as implicações na sua vida diária –, talvez uma válvula de escape, para descontrair, seja brincar de que pode influir.
Foi assim que Luiz André Alzer criou o Jogo da Lava Jato, com ilustrações do cartunista Renato Machado. Não é um game, mas um jogo físico de cartas. Apesar de não citar nome algum, foi todo inspirado em personagens reais envolvidos na Operação Lava-Jato.
Certamente, tem uma dose de humor e uma pitada de ficção, mas a ideia é traçar um painel da situação atual. São 72 cartas: metade de réus e investigados, e outra metade de decisões da Justiça, com os termos usados na operação. E, principalmente, utilizando, em tempo real, informações que constam das investigações. Ganha o jogo quem conseguir prender mais acusados influentes.
O lançamento foi neste domingo (28/5), quando as cartas e instruções do jogo virão encartadas no jornal Extra. Mas cada nova notícia real pode aumentar a brincadeira. “Conforme forem aparecendo novos investigados”, diz Alzer, “podemos criar novas cartas. Esse jogo é inesgotável”.
* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro