A Associação Brasileira de Imprensa emitiu uma nota no último sábado (30/12) em que classificou como intimidação uma investigação aberta pela Polícia Federal contra o jornalista Breno Altman, editor do site Opera Mundi, por críticas a Israel.
Descendente de poloneses de origem judaica, e filho do também jornalista Max Altman (1937-2016), Breno é autor de Contra o Sionismo: Retrato de uma Doutrina Colonial e Racista (Alameda Editorial) e tem se destacado desde o início da guerra em Gaza pelo seu posicionamento antissionista, contrário à ideia da criação de um Estado nacional judaico na Palestina e às ações de Israel no conflito.
Pelas críticas, o jornalista vem sofrendo constantes ataques judiciais da Confederação Israelita do Brasil (Conib), que o acusa de antissemitismo. “O inquérito é resultado de reclamação descabida da Confederação Israelita do Brasil, que de forma enviesada e conveniente rotula as críticas de Altman ao sionismo como antissemitismo”, destacou a nota da ABI. “Confundir as posições antissionistas de Altman – cidadão judeu – com crime de antissemitismo é fazer o jogo dos que defendem o genocídio que o governo de Israel comete na Palestina, ao provocar milhares de assassinatos, inclusive de inocentes crianças”.
Pelas redes sociais, Altman também se manifestou sobre o fato e questionou a abertura do inquérito. “Fui ameaçado de agressão física por um grupo de sionistas. A ABI reclamou ao ministro Flávio Dino, que considerou não ser caso para a PF, repassando-o para a polícia paulista. A Conib me acusa de ‘injúria racial’ por críticas ao sionismo. Agora a PF investiga. Isso é razoável e coerente?”.