Monitoramento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) detectou 119 casos de violência de gênero contra 89 jornalistas e veículos de comunicação ao longo de 2021, o que representa a média de quase dez casos de agressão por mês.
O levantamento identificou ataques envolvendo identidade de gênero, sexualidade, orientação sexual, aparência e estereótipos sexistas, além de agressões contra mulheres comunicadoras, cis ou trans, de forma geral. O tipo mais frequente de ataque foi o de discurso estigmatizante, presente em 79% dos casos, que tem o objetivo de difamar e desacreditar as vítimas.
Do número total de agressões contendo discursos estigmatizantes, quase 61% foram realizadas em campanhas sistemáticas de desrespeito e descredibilização; quase 58% em discursos hostis de autoridades e figuras do cenário político nacional; e quase 5% em campanhas de desinformação.
Em relação aos autores das agressões, perto de 52% dos ataques gerais foram feitos por internautas. Além disso, cerca de 71% dos episódios se originaram ou tiveram alguma repercussão na internet.
Autoridades de Estado, como vereadores, deputados, senadores e o próprio presidente Jair Bolsonaro, respondem por pouco mais de 36% dos ataques registrados. E em pouco mais de 53% dos casos com violência explícita de gênero (insultos baseados em sexualidade, orientação sexual, aparência e identidade de gênero), os homens foram promotores e instigadores das agressões.
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