A Abraji lançou esta semana uma campanha publicitária baseada no tema “Se a notícia é a violência contra jornalistas, temos um problema”. A ação, criada pela agência Oglivy, tem como objetivo chamar a atenção para casos de violência e agressão a jornalistas no exercício da profissão.
Entre junho de 2013 e o início deste ano, a Abraji contabilizou ao menos 300 casos de agressões a jornalistas no contexto de manifestações; só em 2018 já são no mínimo 56 os casos de agressões, hostilidades ou ameaças a comunicadores em contexto político, partidário ou eleitoral; e há fortes indícios de que ao menos um jornalista foi assassinado em retaliação a seu trabalho profissional este ano.
Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), 41 profissionais foram assassinados no Brasil entre 1992 e 2018 por motivações relacionadas ao seu trabalho. No Ranking da Liberdade de Imprensa 2018, organizado pela Repórteres Sem Fronteiras, o Brasil ficou na 102ª posição entre os 180 países avaliados. E a organização Artigo 19 aponta que foram 27 as violações graves contra comunicadores no Brasil em 2017, incluindo dois homicídios. Desde que ela começou o monitoramento, há seis anos, foram 177 violações, sendo 24 os homicídios.
A campanha também tem como objetivo divulgar o Programa Tim Lopes, lançado pela Abraji em 2017. Ele foi concebido para acompanhar as investigações sobre homicídio, sequestro ou tentativa de homicídio e sequestro de comunicadores e, se for o caso, dar continuidade às reportagens que eles executavam quando foram impedidos. O projeto é financiado pela Open Society Foundation. Veja peças digitais da campanha.