Em 12/12, aos 98 anos, nos deixou Mario Mazzei Guimarães, profissional que se destacou pelo pioneirismo na cobertura e análise do setor de agronegócios. Nascido em Bebedouro (SP) e formado em Direito pela faculdade do Largo São Francisco, Mario iniciou no jornalismo em 1936, após lutar contra Getúlio Vargas na Revolução Constitucionalista. Naquele ano foi para o Rio de Janeiro trabalhar como editorialista do jornal O Povo.
Em 1937 voltou a São Paulo, especificamente para o município de Barretos, onde foi advogado, promotor, dirigiu pequenos jornais e se aproximou de pecuaristas da região. Em 1944 rumou para a capital, onde produziu o boletim da federação de entidades pecuaristas. Constantino Ianni o convidou, em 1946, para ingressar na Folha da Manhã, onde foi repórter, articulista e redator-chefe. Em 1959 publicou uma importante série de reportagens, ganhadora do Esso de Jornalismo, sobre o Rio São Francisco.
Também foi o autor das colunas O sal de sete dias e O sal de cada dia, assinando com o pseudônimo Pedro Leite. Participou do início do processo de modernização da Folha, dando grande força à reportagem e influindo no projeto de criação de cadernos.
Passou pela reforma que deu origem à Folha de S.Paulo e desligou-se do grupo em 1962. Dois anos depois criou o Correio Agropecuário, jornal que dirigiu por 16 anos, e em 1984 passou a colaborar com a DBO Editores Associados, que se tornou líder no segmento de agropecuária graças a títulos como o Jornal de Leilões e a revista DBO.
Mesmo após a afastar-se da atividade, seis anos atrás – por causa do Alzheimer -, seus textos continuavam a ser republicados na seção Memória da revista. É autor do livro Memórias da roça – Gente que fez história, sobre personalidades do meio agropecuário. Deixou esposa, filhos e netos.