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sábado, novembro 23, 2024

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Agência Aids completa dez anos e recebe homenagem

A Câmara Municipal de São Paulo realiza sessão solene em 20/5 para homenagear a Agência de Notícias da Aids, que completa este mês seu décimo aniversário. O tema Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) cruzou o caminho de Roseli Tardelli, fundadora da agência, pela impactante experiência que viveu com o irmão, o tradutor Sérgio Tardelli, falecido em 1994 em decorrência da doença. Após a morte dele, a família Tardelli vivenciou um drama público, ao ter publicada em alguns veículos sua briga judicial contra o convênio médico, que havia se recusado a atender o profissional. Desde então, Roseli passou a desenvolver projetos de prevenção e informação sobre a doença para empresas e governos, e, em 2003, criou a agência, onde conta com apoio de uma equipe – formada por Lucas Bonanno (chefe de Redação), Nana Soares (repórter), Jéssie Panegassi (repórter) e Maurício Barreira (coordenador de produção de eventos) – para produzir e fornecer informações atuais sobre o tema. Roseli também implantou o projeto em Moçambique (www.agenciasida.co.mz), onde  conta com o apoio do repórter Ricardo Machava). Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, de São Paulo, produtora cultural e apresentadora, foi a primeira mulher a ancorar um radiojornal no Brasil, o Jornal Eldorado, na rádio Eldorado AM (SP), ligada ao grupo Estado. Na mesma emissora, criou e apresentou o programa Espaço Informa. Apresentou ainda os programas Opinião Nacional e Roda Viva, na TV Cultura. Em entrevista ao Portal dos Jornalistas, ela falou, entre outros assuntos, sobre a criação da agência, as mudanças na abordagem da mídia em relação ao tema e o apoio que recebe. Portal dos Jornalistas – A inspiração para fundar a agência foi o caso de seu irmão. Como foi esse processo – que durou nove anos – entre a morte dele e a criação da agência? Roseli Tardelli – Quando o perdi ficou um buraco muito grande em mim; ser somente jornalista não tinha mais graça. Assim, comecei a me envolver em ações, até que em 1998 o Sinval de Itacarambi Leão, diretor da Revista Imprensa, me convidou para fazer o 1º Fórum Aids Imprensa&Cidadania. Foi a primeira vez que juntamos jornalistas e ativistas para abordar o tema. Eu fui curadora desse seminário, chamei todo mundo. Ele virou um encarte da Revista Imprensa e então eu percebi que faltava uma informação cotidiana e profissional para a questão da Aids. Nessa época eu fazia gestões; cuidava da ONG que fundei, a Parceiros de Vida; fazia shows, eventos. Com o decorrer dos anos fui desenvolvendo a ideia e em 2003 lancei a Agência de Notícias da Aids, que objetiva trazer notícias atuais, fornecer material profissional para os veículos e, principalmente, quebrar os estigmas sobre a doença. Portal dos Jornalistas – Nesse período, o que considera ter mudado em relação à cobertura da mídia sobre o tema? Roseli – Ajudamos a mídia a ter um olhar mais profissional, mais solidário, mais cidadão para a questão da Aids. Hoje os colegas de profissão ligam, pedem ajuda para encontrar personagens, pedem informações, discutem a pauta, pedem dicas. Ajudamos a mídia a dar um tratamento mais humano para a doença. Portal dos Jornalistas – E o que mudou na percepção da sociedade e das pessoas que contraíram o vírus? Roseli – Todo mundo amadureceu. Quando a cobertura amadurece, a sociedade amadurece também. Ainda há um estigma grande em torno da doença, é claro, mas evoluímos muito nesses dez anos. A percepção da doença mudou. Portal dos Jornalistas – Na agência, além de produzir conteúdo sobre o tema, vocês organizam eventos. Como isso funciona? Quem apoia e patrocina? Roseli – Quando há algum fórum ou evento normalmente procuramos apoio no programa municipal, estadual, da secretaria de saúde, e eventualmente, de farmacêuticas. Cada hora procuramos um parceiro. O que mais fiz nesses anos, e continuarei fazendo, é procurar apoios, e ensinar que ninguém está imune ao HIV, pode acontecer com qualquer um, com qualquer família. Portal dos Jornalistas – E como a agência se sustenta hoje? Roseli – Temos parceiros na iniciativa privada; eventualmente apoio do Governo Federal, estadual ou municipal etc. Hoje quem nos apoia são a Anglo American e o Senac. Procuramos sempre ter uma mescla, porque a agência é independente, provém de uma causa, de uma história, não de um governo ou ONG. Portal dos Jornalistas – Em dezembro você lançará um livro. Do que ele trata? Roseli – O livro, que será lançado pela Editora Senac, vai relatar minha história com o meu irmão, meu envolvimento com o tema Aids, a história da agência, seu crescimento… tudo. Toda a minha história. Mas como o trabalho não para – estamos para abrir mais uma agência na Angola –, quem cuida disso para mim é a Cristina Santana, da Parole Editorial.  

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